Sunday, December 23, 2007

Enchanted

Toda a gente sabe que o Natal é altura propícia para certos e determinados tipos de filmes saltarem cá para fora e fazerem os papás desembolsarem trocos. Papás e não só. Logo, Dezembro é mês de filmes de animação e de filmes de fantasia e de filmes natalícios. Dezembro também costuma ser um mês em que as obras do Tim Burton dão sinais de vida, mas diz que parece que Sweeney Todd - The Demon Barber of Fleet Street foi atirado para os confins de Janeiro. Enfim...

Seja como for, Dezembro até costuma dar frutos simpáticos no que diz respeito a qualidade cinematográfica. E por isso mesmo vos venho falar deste Enchanted de Kevin Lima.

Saído dos estúdios Disney, eu não esperava grande coisa, porque desde o Tarzan do longínquo 2000 que não espero grande coisa (e sim, Finding Nemo é giríssimo e o Monsters,Inc. é uma delícia, mas... e o sentimento Disney, onde está?). Só que Enchanted é, efectivamente, alguma coisa. Alguma coisa de qualidade.

O filme começa em formato de animação... Animação sabem como? Tradicional! Opah, que quase chorava só de ver aqueles bonequinhos bidimensionais e tão bonitos!


Mas a animação tradicional deve dar muito trabalho, que rapidamente os bonecos se atiram para um poço e vão dar à realista New York dos tempos modernos. Sem problema. Nunca eu tão pouco me importei de ver uma princesa em imagem real. Long live Amy Adams!

Resumindo, Enchanted conta a história de uma princesa como tantas outras. Rodeada de animaizinhos, a viver meio exilada algures numa humilde casa, com uma linda voz que usa para os mais convenientes meios... Princesa essa que sonha com o seu príncipe encantado e o seu casamento de sonho...

O princípe duvidosamente encantado lá aparece e o casamento fica logo marcado para o dia seguinte. Mas a madrasta é, como sempre, evil (depois admiram-se dos complexos pseudo-parentais das crianças...) e livra-se da futura nora assim que pode. Atirando-a para o tal poço nova iorquino, portanto.

E é desta forma que tão brilhantemente vamos parar às ruas badalhocas, yet glamourosas, da Grande Maçã (mas como raio é que lhe foram dar este... erm... cognome?). Aqui somos introduzidos ao sempre McDreamy personagem de Patrick Dempsey, um pai solteiro. Ele é o único que trata a recém-real princesa Giselle com simpatia e acaba por hospedá-la em sua casa, enquanto ela aguarda a chegada do seu príncipe para a resgatar dos incidentes deste nosso mundo.

O príncipe vem acompanhado de um esquilo que, em imagem real, perde a capacidade de verbalização, o que dá origem a situações hilariantes. O príncipe em si não é exactamente o que me vem à mente quando penso em príncipes e encantos... Mas James Marsden é sempre algo bonito de se ver e está muito bem no papel.


Isto é o resumo. Assim em detalhe, digamos que Enchanted é o filme que faz sentir aquele quente confortável dos grandes clássicos Disney. Traz aquele sorriso e aquele sabor a infância e magia de A Bela e o Monstro ou de A Pequena Sereia. Amy Adams é assim a coisa mais fofa de sempre e imita perfeitamente os jeitos e traquejos das princesas encantadas dos contos de fadas. Conforme os minutos vão passando, vários clássicos Disney vão sendo homenageados, às vezes com um toque de humor, em pormenores subtis ou em referências mais óbvias. Melhor ainda, Enchanted marca o regresso das canções Disney! Leram bem: as canções! Aquelas que decorámos na infância e ainda hoje trauteamos! E olhem que são bem giras! Segue a amostra!


Façam o que fizerem, tentem não perder o filme. É uma lufada de ar fresco para quem já suspirava por aquela essência de fantasia que nos ensinou a crescer...

MJNuts

Thursday, December 6, 2007

Ilha das Flores

Porque a cultura nunca é demais, aqui vos deixo o Momento Pedagógico do Mês.
(e desculpem dar em duas partes, mas assim têm o documentário completo - sim, porque os créditos também são gente)

«Ilha das Flores», de Jorge Furtado.

Parte 1


Parte 2


Giovanna

Thursday, November 29, 2007

One Hit Wonders

Bem, já cá faltava a única coisa que é certa neste estaminé, que é como quem diz, a rúbrica musical mensal.

Novembro foi um mês de redescobertas auditivas, ou seja, desencantei algures CD's velhos e quase podres com músicas que não ouvia há séculos e cravei pérolas igualmente roskoff a terceiros. Portanto, Novembro foi um mês de músicas daquelas mega giras e que toda a gente conhece, ninguém sabe quem as canta e o artista nunca mais mandou uma para a caixa em toda a sua vida.

Aqui fica um Top 10...

1. Cheap Trick - I Want You to Want Me (ah, esta é especial para mim!)
2. Sneaker Pimps - Six Underground
3. Midge Ure - Breathe
4. Tal Bachman - She's So High
5. White Town - Your Woman
6. Tasmin Archer - Sleeping Satellite
7. Primitive Reason - Seven Fingered Friend (diz que parece que se calhar não é bem One Hit Wonder, mas confesso que é a única música da banda que ouvi na rádio...)
8. Donna Lewis - I Love You Always Forever
9. Beverley Craven - Promise Me (outra que lá pelos lados British não é bem One Hit, mas por cá é só esta que se conhece... bem, é linda, merece ser relembrada)
10. The Connells - '74-'75

Digam-me lá que não conhecem pelo menos umazinha desta lista!

MJNuts

Monday, November 26, 2007

Definição de Vida

Acho que a maior parte das pessoas não tem noção ou consciência do peso que recai sobre os jovens pós-maioridade. Os acabadinhos de fazer 18 anos, que entram para a faculdade.

De um universo de oportunidades e possibilidades, são fechadas quase todas as portas, cobertas quase todas as janelas. Escolhe-se uma. Que pode ser a certa, mas muitas vezes é a fácil ou a errada ou a que teve de ser.

Não há uma consciência cívica, sólida, do pavor que um jovem tem no seu ano de finalista, prestes a entrar no mundo do trabalho. Principalmente no ano de finalista de uma vida que não se quer... Não há um conhecimento do receio, do trabalho de redefinição que se tem de pôr em prática na mudança de tudo o que até ali era certo.

A vida foi delineada por uma sociedade estratificada e viciada. É-se vagamente livre durante uns 15 anos e o restante começa a ser traçado por um caminho cada vez mais estreito. Curso, relação estável, emprego, casa, filhos... reforma?

Isto faz sentido? Talvez faça. Talvez seja o caminho melhor de se percorrer. E os ideais? E os sonhos da infância? E os princípios que adoptámos para a nossa conduta?

A flexibilidade da nossa personalidade deve-se a nós mesmos, às mudanças do nosso corpo, ao envelhecimento? Ou à pressão exercida pela sociedade?

Se fui uma criança que sempre defendeu os mais fracos, vou acabar uma adulta a lutar ao lado dos poderosos? O que muda tanto com o crescimento que nos tira as ilusões e as esperanças?

E se toda a vida sonhámos apenas em seguir esse padrão pré-definido? Existem pessoas assim? É provável... Mas tenho a sensação que existem muitas mais a contentarem-se com isso do que a sonharem-no...

E é claro que há as voltas que a vida dá. E as pessoas que no-las trocam.

MJNuts

Listening to: Kate Havnevik

Thursday, November 22, 2007

Nada se Perde, Tudo se Transforma

«Vou-me casar. Queria um vestido assim minimalista, como se o Ando fosse estilista, 'tá a ver?»
«Tenho exactamente aquilo que precisa, S.ra Arquitecta.»

[pick me! pick me!]

Saudações,
Giovanna, Fantasma das Férias Passadas

Monday, November 19, 2007

Forever Lost

Para compensar o longo período em que as semanas foram tudo menos tretas, gostaria de publicar aqui neste humilde blog o meu mais recente trabalho. Embora esteja em Direito (o terror!), a minha paixão por filmes e multimédia existe e existirá sempre a um nível superior a qualquer outro ofício que possa exercer.

Como tal, parte do meu tempo é ocupado com a realização de vídeos que não têm objectivo nenhum, se não o de me ajudar a suportar melhor a minha rotina (e nisto inclui-se o meu adorado curso de Direito).

Penso que o motivo pelo qual quero publicar o trabalho no Tretas - trabalho esse acabado há coisa de 3 dias - é pelo facto de a nossa adorada anfitriã, MJNuts, ser a protagonista desse mesmo trabalho! Diga-se de passagem que o seu desempenho surpreendeu-me, juntamente com o de Ana Garcia, que contracenou com ela. A falta de pessoas dispostas a satisfazer os meus caprichos obrigou-me a ter uma parte activa no filme também!

Seja como for, sem mais conversa da treta, aqui está ele. Forever Lost.
Peço as minhas desculpas pela baixa qualidade do vídeo, mas era a única forma de ele caber no YouTube.

O vídeo tem um total de 7 minutos. Vão ter que esperar um pouco para que o upload fique completo, mas acho que vale a pena.



Guess (isto da pouca criatividade está-nos a afectar a todos)

Saturday, November 17, 2007

Citações

Bem, à falta de eloquência lírica corrente dos membros desta seita de Tretas, deixo-vos então com uma série de citações potencialmente bonitas (que isto depende sempre dos gostos de cada um). Acho que há umas regras todas muito XPTO para se citar frases e pessoas, mas eu vou limitar-me às aspas e a atribuir nome à frase proferida. Quando o há.

Portanto, em ordem aleatória daqueles dias melancólicos e pensativos...

"Não ajoelho. Sei que Deus despreza quem ajoelha." - John Fowles, O Coleccionador

"A ausência faz ao amor o que o vento faz à labareda: aumenta a grande e extingue a pequena." - William Shakespeare

"Faz sempre o Bem. É uma atitude que cairá bem a um certo número de pessoas e espantará as restantes." - Mark Twain

"A tolerância é a melhor das religiões." - Victor Hugo

"Cada pessoa tem um dom e nele reside o seu destino."

"Um artista verdadeiro não é o que triunfa à primeira, é o que cria depois do fracasso."

"As pessoas pedem críticas, mas o que realmente esperam é serem louvadas." - Somerset Maugham

"És melhor que tu. Não digas nada: sê!" - Fernando Pessoa

"Ver Deus pelos olhos da Igreja é como acender uma vela para ver melhor o Sol." - Leo Tolstoi

"Cuidado com a fúria de um homem paciente." - John Dryden

"Em caso de dúvida, confia no teu amigo. Mais vale errar por amor do que por desconfiança." - Alfonso Milagro

"A própria virtude precisa de limites." - Mostesquieu

"A maior parte do anjo está por dentro e a maior parte da pessoa está por fora." - Fynn, Senhor Deus, esta é a Ana

"Se chorares de noite pelo Sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas."

"Devemos ser aquilo que somos. Mas temos de descobrir o que somos para o sermos." - João Matias

"Todos são iguais. Mas uns são mais iguais que outros." - George Orwell, O Triunfo dos Porcos

"Na busca desesperada de ter, o Homem esquece de ser." - Gustavo de Assis

"Morrer é trocar as nossas convicções por um ponto de vista." - Daniel Pennac, Excelentíssimas Crianças

"Quem tem muito no seu interior, pouco precisa de fora." - Goethe

"It's easier to fight for principles than to live up to them." - Alfred Adler

"To love oneself is the beginning of a lifelong romance." - Oscar Wilde

"We don't see things as they are, we see things as we are." - Anaïs Nin

"Consciência e cobardia são, na realidade, a mesma coisa." - Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray

"Pois não há nada escondido que não venha a ser revelado. E não há nada enterrado que não venha a ser erguido." - Evangelho de S. Tomé

"There's no point living if you can't feel alive." - Elektra King, 007 - The World is not Enough

"Love is what we were born with. Fear is what we learned here." - Marianne Williamson

"Têm sido cometidos crimes mais horrendos em nome da obediência do que no da rebelião." - C.P. Snow

MJNuts (em fase claramente não criativa... mas eu volto!)

Monday, October 29, 2007

Ah! Nem Vão Acreditar na Rúbrica Musical Deste Mês!

Bem, Outubro foi um mês em grande para o Tretas. Batemos pelo menos 2 recordes pessoais, ou seja... O mais recente post do Guess, Ética, Respeito vs Amor, Atracção, foi o mais comentado de sempre desta banca! Yey! Este também foi o mês mais postado de sempre, 10 artigos com este que agora se apresenta, quem sabe mais algum não virá a tempo? Ah, e claro, a Giovanna voltou a dar sinais de vida, um evento sempre digno de referência!

Como tal, parece-me a mim que a única regularidade que existe neste antro de perdição tinha de ser em grande para fechar Outubro com chave de ouro.

Portanto proponho-me a desafiar todas as leis da decência e do encanto e, sim, vou cometer o temível acto, vou atrever-me à maior das calúnias. Vou olhar para os filmezinhos da Disney, as maravilhas da nossa infância e da nossa vida, e vou ter o desplante de fazer um Top 10 das melhores músicas de sempre. Sem repetir filmes! Ah, o drama!

Convenhamos que quando eu era pita, ia ao cinema ver as coisas dobradas e era assim que as cassetes me eram ofertadas. Por isso, disponho uma lista integralmente portuguesa e brasileira. À bela infância.

Avisa-se os interessados que o post é comprido e repleto de vídeos. x)

10. Mulan- Pelo Amor, Lutar Contra Quem For - o filme é excelente, dos meus preferidos, mas a banda sonora, pelo menos em português, não foi particularmente marcante. Sei que a canção icónica, ou pelo menos aquela de que mais costumam falar, é aquela em que a Mulan canta diante do espelho, mas a modos que essa só vale mesmo na versão da Christina Aguilera...



9. Tarzan - Filho de Homem - não sou particular fã do Luís Represas ou projectos que o incluam, mas admito que ele fez um bom trabalho na banda sonora portuguesa deste filme. E acho que esta música é o expoente máximo desse bom trabalho.



8. Aladdin - Príncipe Ali - bem, 1º pomo da discórdia... Gosto muito do filme, mas não tem as músicas mais populares de sempre... Contudo, as cenas das músicas são míticas, qualquer uma! Há que lhes dar o devido crédito. E pronto, suponho que a maior parte das pessoas se inclinasse para a bela Um Mundo Ideal, mas é sempre desta que eu me lembro e é a que mais vezes cantarolo.



7. A Bela Adormecida - Sonho Bonito Que Eu Sonhei - fogo, o momento mágico do filme! é que punha todas as rapariguinhas a sonhar com príncipes encantados que apareciam assim do nada, todos bonitões!



6. Pocahontas - As Cores do Vento - odiei o filme quando o vi (eles não ficam juntos no fim? mas que raio de filme Disney é este?xD), mas esta música marcou e ficou e ainda hoje é belíssima. Susana Félix no seu melhor.



5. Hércules - De Zero a Herói - o meu filme Disney preferido DE SEMPRE. Adoro tudo, sei tudo, vi mais vezes do que me lembro! As minhas preferências pessoais em termos de canções talvez se inclinem para Não Sei Se É Amor ou No Céu Serei Maior, mas esta é a mais conhecida e é boa demais para não ser homenageada... "É docinho! Sabor que agrada!"

4. A Bela e o Monstro - Bon Jour - eu não quero saber do que diz o mundo inteiro, não há discussão possível! Ju Cassou e companhia a desejarem "Bom dia!" ao povo de passagem é a melhor música deste clássico do coração de tudo o que é gaja! E o filme ainda tem das introduções mais belas e comoventes da Disney...



3. O Rei Leão - Ciclo Sem Fim - é considerado o melhor clássico da Disney e até pode ser, mas tenho uns tantos à frente dele no meu Top pessoal. Mas dou o braço a torcer no que diz respeito à qualidade inigualável desta abertura de arrepiar. Absolutamente genial.

2. O Corcunda de Notre Dame - Os Sinos de Notre Dame - o filme é um bocado seca, digo eu... Das poucas vezes que o vi, dei comigo a pensar "Mas já estão a cantar outra vez?!" e a rolar os olhos de tédio. Mas se há parte que nunca me aborrece e que venero pela genialidade sonora, visual, lírica, tudo... É esta celestial música de abertura. Faz o filme todo. É isso e o pseudo-strip da Esmeralda para cima do Frollo!



1. A Pequena Sereia - Corações Infelizes - Deus me perdoe, e me perdoem também os traumatizados e os que preferem os grandes clássicos cantados lá na gruta e entre os peixinhos todos. Mas esta é A música deste filme. É... é... Não há palavras! Os requintes de malvadez! A crueldade latente! A sexualidade reprimida nas palavras, nas danças, na intenção! É magnífica! E culmina com aquele "aaaahhhh" da Ariel que ainda hoje me lateja na cabeça e me faz doer o coração! Perfeito! A melhor música Disney de todos os tempos.



Isto é, na minha humilde opinião. E olhem que me custou horrores ordenar isto! Ao menos já têm a papinha toda feita e podem recordar as velhas canções dos vossos dias felizes sem procurar muito.

MJNuts

Thursday, October 25, 2007

Como Sair Sempre Por Cima Numa Discussão

Parto do princípio que discutir é inerente a todos os seres humanos falantes. Por falantes, entendam-se várias línguas e linguagens, mesmo as silenciosas.

Não digo discutir estilo decibéis de fazer corar os Metallica com ameaçar de arremesso dos objectos mais próximos. Também pode ser, mas estava a referir-me às discussões mais comuns. Sei lá, dois amigos, um benfiquista e outro sportinguista. Ou duas pessoas a discutirem sobre quem agiu mal ou quem teve a culpa do quê. Coisas assim do género. Triviais, dia-a-dia.

Pois bem, como acontece a todos nós, há dias em que estamos muito eloquentes. Há outros que nem por isso. E depois também depende do "adversário" da discussão. Se tiver muitas cartas na manga, estamos tramados. Por cartas na manga, entenda-se: domínio das falácias da argumentação. Ui, são os que tagarelam melhor, nunca têm razão, mas a gente já nem diz nada só para ver se eles se calam.

Mas adiante. A verdade é que as discussões fazem parte das nossas vidinhas. Se por acaso algum dia acharem que têm razão, mas o fluir da coisa não está a correr a vosso favor, ou simplesmente quiserem que o outro lado da peixeirada feche a matraca, aqui ficam umas dicas que podem usar.

Juro que resulta se conseguirem manter uma expressão irritantemente séria.

1. Portanto está a haver uma discussão assim a dar para o acesa e quando dão por vocês, o tom de voz em acção é mais elevado do que seria recomendável. Se gostam de conversas normais, se evitam berros estridentes e histéricos... Com certeza o panorama actual da discussão não vos está a agradar. Nada mais simples. Páram por momentos e fixam a outra pessoa nos olhos. Quando encontrarem uma aberta, sussurram em grande estilo: "Porque estás a falar tão alto?". É provável que não vos percebam à primeira, mas podem repetir, não corta muito o efeito. Garanto-vos que o motivo da discussão é automaticamente esquecido. Habilitam-se é a levar um murro se a pessoa do outro lado for daquelas de ter os nervos em franja.

2. Esta apresenta resultados satisfatórios quando a discussão é unilateral. Ou seja, quando há alguém que está a dar na cabeça de alguém. Neste caso, basta sorrir e concordar. Aconselho-vos a desligar do que quer que seja que vos estão a dizer, principalmente se acharem que a pessoa se está a repetir ou não tem tanta razão quanto isso. Com sorte, irritam o/a Sr/a. Sermão. Senão, o/a respectivo/a Sr/a. Sermão fica contente porque acha que está a ser ouvido.

3. Bem, eu diria que esta dica é a cereja no topo do bolo. Mas digamos que é uma arma, erm... pouco civilizada? Se tiverem muita confiança com uma pessoa e estão a debater um assunto, sei lá, com quem a Kate deve ficar no Lost, e por acaso até sentem que os argumentos contrários vos estão a dar grande baile... Pah, excelente altura para soltarem descontraidamente, assim como quem não quer a coisa, um "Tens um pedaço de comida entre os dentes". Tiro e queda. Ninguém põe vitórias em discussões acima do constrangimento social.

Com certeza haverá mais, mas de momento é o que me ocorre. Quem sabe não vos safará para a próxima?

MJNuts

Monday, October 22, 2007

Ética, Respeito vs Amor, Atracção

Para parar com esta onda de espírito assim um pouco negativo ou soturno, gostaria de levantar mais uma questão polémica que diz respeito às relações entre os seres humanos em qualquer parte do mundo. Devo confessar que fiquei motivado a escrever este post depois de ter sido confrontado com uma situação semelhante à seguidamente enunciada. Tal como MJNuts tem transmitido nos seus posts, estas últimas semanas têm sido de grande emoção. O caso que enunciarei de seguida não se trata propriamente de um exemplo real. É, simplesmente, um caso que descreve o assunto que quero tratar. Seja como for, eis a situação.

É de conhecimento mais que óbvio que vivemos num mundo onde todos receiam a solidão. Esqueçam. Somos todos indivíduos que não têm qualquer poder sobre... (não queria utilizar nenhum cliche ou soar demasiado dramático, mas tem que ser) quem decidimos amar, ficar apaixonados ou mesmo sentir atracção sexual.

Tomemos o caso da paixão.
Pessoa A é um cidadão do mundo susceptível de ser visto por qualquer pessoa a partir do momento em que se encontra no espaço público. Pessoa Z, no seu direito de vaguear pelo espaço público, cruza o seu olhar com Pessoa A e sente, imediatamente, uma explosão de sensações. Falemos, primeiro, da atracção física (até porque a primeira impressão é sempre a exterior). A beleza lasciva de A e os contactos visuais entre os dois impressionam Z de uma forma tão extraordinária, que antes de ir dormir já sabe sobre quem vai sonhar.
Pessoa Z procura conhecer melhor Pessoa A e aprende a gostar do seu sorriso. Insiste em vaguear pelo mesmo espaço público por onde A vagueia e, superando as suas inibições, conhece-a através de uma conversa simples, mas suficiente para aumentar a intensidade dos seus sentimentos por esta. Parece surgir aquela paixão fresca que dá vontade de tentar tudo e que enuncia uma possibilidade de amor.

Apercebendo-se das suas intenções, Pessoa A revela a Pessoa Z que se encontra numa relação com Pessoa B que dura já há 3 anos. Uma relação que vive tempos de felicidade e onde ambas as partes são fiéis.

Pergunta: Deve Pessoa Z deixar de lutar por Pessoa A, sabendo que esta é comprometida?

Desta vez, vou dar a minha opinião:
Não! O mundo é horrendamente cruel e cada um deve fazer o que está ao seu alcance para atingir a sua felicidade (com prudência, claro. Não sou assim tão radical). Se Pessoa A ama realmente Pessoa B nunca terá "relação alguma infiel" com Pessoa Z, portanto, é seu o problema e não de Z.

Não precisavamos se quer de ir tão longe. Se me sinto sexualmente atraído por Pessoa A devo ou não tentar a minha sorte, sabendo que ela tem um relação estável com Pessoa B? É cruel da minha parte se tentar?

Guess

As Palavras Que Talvez Nunca te Venha a Dizer

Se eu soubesse falar, em vez de escrever, tinha de ir ter contigo e dizer-te o que não me sai da cabeça. Ou do coração.

Chamava-te para junto de mim e sossegava-te. Não te quero tocar nem roubar-te um beijo. Só quero que venhas comigo uns minutos e que me oiças. Não quero que tenhas medo de mim nem que penses que te estou a perseguir. Eu apenas sou o que sou e tenho de ver-te por mais que não queira. E não consigo deixar as coisas a pairar, sem me explicar. Preciso estupidamente que tudo esteja mais claro que água para não haver dúvidas.

Não fizeste nada de mal. Era a tua namorada, já me tinhas avisado do teu compromisso. Não faz mal. Só fez mal até eu descobrir que ela era de facto a tua namorada. E de repente todos me vieram falar e consolar e eu não os conhecia de lado nenhum. Diziam-me para erguer a cara e ir dançar, porque tu não vales nada. Disseram que eu estava a fim de uma pessoa que não queria nada comigo, para esquecer e seguir. Para ir beber qualquer coisa, mostrar que estava bem.

Porque não podia mostrar que estava mal? Porque tinha de fingir sentir-me bem quando me apetecia estar quieta a pensar, sem ouvir ninguém. Qual é o problema de ter ficado magoada? Sujeitei-me. Porque havias tu de não valer nada?

Queria que soubesses que não lhes liguei. Que até podes não valer nada, mas que eu ainda não descobri isso por mim. E portanto é com a minha opinião que vou ficar. E na minha opinião és interessante e tens valor, porque lidas constantemente com o degredo e manténs-te fiel aos teus princípios. Ou pelo menos passas essa impressão.

E eu posso parecer pita, é verdade. Tenho um ar mais jovem do que a minha idade. Dou-me com pessoas de todas as idades (é verdade, até bebés) e sei colocar-me ao nível de todas elas. Quando estou à vontade? Sou jovem e despreocupada e não quero saber se a sociedade exige que eu aja de acordo com a minha idade. Mas a verdade é que tenho os meus 21 anos e, quando se perde tempo suficiente a falar comigo, não são os 16 ou 17 que saltam cá para fora. São os 21 e o que sofri, o que aprendi, o que amadureci.

Mas sou emotiva, emocional. Não lido bem com o coração, não sei lidar. E reagir por instinto solta sempre aquela sensação de inocência, de ingenuidade.

Não me envergonho de ter ficado magoada e que tu tenhas reparado nisso. Envergonho-me de não me ter explicado. Envergonho-me da minha expressão triste na despedida e da tua expressão acabrunhada, como se te sentisses responsável por algo do qual não tens culpa.

Também não é preciso teres pena de mim, está bem? Acontece a toda a hora, todo o instante. Nem sempre os sentimentos são correspondidos e sortudos os que os vêem correspondidos. Sortudos os que os sentem, também.

Por isso foi bonito e intenso e um bocado inexplicável. Não faz muito sentido bater com tanta força, com tão pouco tempo de convívio. Apenas com olhares e conversas. O mal é meu, devo ter visto coisas onde elas não existiam. Mas não faz mal, foi bom assim.

Agora queria só estar aqui contigo, sem te tocar ou tentar o que quer que seja, olhar nos teus olhos e ver a tua reacção. E dizer-te que com mais tempo, tinha-me apaixonado por ti. E não sei porquê.


MJNuts

Thursday, October 18, 2007

Anima-se Tudo, até Música!

Comprei o DVD de Pedro e o Lobo, que é uma maravilha de animação stop-motion da autoria de Suzie Templeton, e mais uma vez fiquei viciada em praticamente todas as técnicas de animação. Daí o timming para receber este clip no meu mail ter sido perfeito, e não resisto a partilhá-lo (e a ver se ainda me lembrava da password para entrar no blog. Hmm...).




Giovanna

Fa yeung nin wa - Disponível Para Amar

Já muitas vezes tinha ouvido falar de Wong Kar Wai. E bem! Mas nunca tinha visto filmes dele. Mais vale tarde que nunca.

Começar por este In the Mood for Love (como é mais conhecido entre os cinéfilos de cá, o que é um bocado idiota já que o título original é chinês/mandarim/cantonês? de qualquer das formas) revelou-se uma excelente ideia.

Há algo de místico no cinema oriental. É um pouco estranho ouvir aquelas línguas das quais pouco ou nada percebemos e termos de confiar cegamente nas legendas. Aqueles sons esquisitos às vezes até dão a impressão que o sentimento é distorcido, que a actuação não é boa o suficiente.

Mas isso são questões de hábito. É o menos, é o irrelevante. E pela beleza que tem, o cinema oriental merecia muito maior destaque neste nosso Ocidente arrogante e desdenhoso.

Assim me chega aos olhos Disponível Para Amar, cerca de um mês depois de ter comprado um pack de DVD's do realizador. Não sabia para o que ia, apenas confiava que, se tanta gente diz maravilhas, é porque algum fundo de verdade há-de ter.

Que premissa tão simples! E que encantos se podem fazer com a simplicidade! Dois casais vão viver para o mesmo prédio, quartos (ou apartamentos?) no mesmo corredor. A mulher de Chow está sempre ausente, o marido de Chan nunca está em casa.

Conhecem-se. Simpatizam um com o outro. Começam a suspeitar da infidelidade dos cônjuges. Há ritmos lentos e troca de olhares. Há algo presente que cresce cada vez mais e se torna mais pesado... Uma força invisível que os une e os embaraça.

"Não seremos como eles."

É fascinante como há um amor tão palpável, tão presente. Como há uma tensão insuportável na forma como aquelas pessoas mal se tocam, apesar de o desejarem tanto.

E a cumplicidade cresce, mas aquela determinação em não serem como os esposos infiéis não dá lugar para mais nada. Só para sofrimento e lágrimas e partidas.

No entanto é amor, sempre presente. Ainda há histórias de amor.



Belíssimo. E doloroso. Real.

Agora tenho de ver o 2046.

MJNuts

Tuesday, October 16, 2007

Porções de Humanidade II

E porque esta é uma semana intensa, de memórias agridoces e porque nunca é demais lembrar o quão humanos somos todos nós... E também porque o facto de sermos humanos não nos torna Pessoas. Pessoas com "P" maiúsculo, dignas desse nome. Que marcam e estão acima da componente biológica inerente a todos os seres vivos.

É hora de novos postais. Os preferidos da minha actual colecção, maior a cada semana que passa. Como sempre, os créditos são todos de http://postsecret.blogspot.com/ e de quem para lá envia estas pequenas maravilhas.














MJNuts

Sunday, October 14, 2007

In Memoriam

Uma noite. Diferente das outras porque era o teu dia, o dia que tinha de ser perfeito para ti depois de tantos anos em que o mereceste. Das 0h às 7h, irrepetível. Dormir. Tarde de alegrias e de surpresas. Para ti, na tua companhia, porque fazes parte de mim como se fosses a minha carne e não tenho explicação para isso.

A noite. O mesmo bar da noite anterior. Talvez lhe deva chamar discoteca. Não sei, é uma mistura.

Gente estranha e invulgar por todo o lado. Não estávamos em casa, porque éramos novos no local. Mas também somos estranhos à nossa maneira e como tal, somos livres entre a estranheza e luminosos entre a normalidade.

Dançar. Música comercial. Música pimba. Um pouco de techno. Música brasileira de mau gosto. A vez anterior tinha sabido melhor.

São os olhos castanhos atrás do balcão. Escuros, penetrantes. Estão cansados e pouco se cruzam com os meus, mas sorriem quando o fazem. E então procuro e insisto e só consigo olhar naquela direcção.

Deixa-me louca. E vou ao bar buscar bebidas para mim, para ti, para ele. Tudo para ficar mais próxima. E os olhos fixam-me e às vezes sorriem e fingem escrever no cartão bebidas que eu estou a beber, mas não estou a pagar.

E o álcool percorre-me as veias e começa a chegar-me à cabeça. Será ao coração? E as emoções estão à flor da pele e há uma raiva, uma frustração crescente. De querer fazer e dizer o que nunca disse ou fiz, que nunca consegui pôr em prática.

Há um turbilhão no meu peito que me enche os olhos de lágrimas e é ridículo. São só olhares e algumas palavras, mas há uma óbvia empatia que me esmaga e com a qual não sei lidar. Uma atracção que eu já não lembrava como se sente. Como pode ser tão assustadoramente carnal e espiritual.

Ganho coragem. Arranjo monumentais doses de estupidez. E vou até ao bar, dou a volta e segredo-lhe ao ouvido as palavras do acto que me falta coragem para fazer.

Viro costas imediatamente. Não sei porquê. Qual terá sido a reacção?

Temos que ir embora, subir as escadas, a porta fecha-se atrás de nós. Mas há álcool no meu sangue e tenho de voltar, não dá para esperar até chegar a casa para ir à casa-de-banho.

Bato à porta uma e outra vez. Estou trémula e furiosa, sei disso mas é como se estivesse a pairar sobre mim mesma, sem conseguir evitar todas as sensações exacerbadas que me assolam. Alguém vem abrir, finalmente, e lá estão os olhos castanhos, junto ao porteiro. Há surpresa com o meu regresso.

Mas não foi por isso que voltei e nem ligo porque não vale a pena. Casa-de-banho. Cubículo. E enquanto lá estou, abre-se a porta e alguém espera que eu saia. Pressenti que fosse por isso que largaste o bar e subiste ao andar de cima.

Conversa estranha. Bonita. Inesperada. Há um compromisso e eu respeito-o. Há empatia, uma qualquer vaga identificação dos percursos de vida, dos gostos. Há uma distância física e um muro invisível a separarem-nos. Há alguma dor e não percebo porquê. Dizes-me que sofrer não vale a pena e subentendo que já sofreste muito. Eu afinal tenho mais um ano que tu, mas quem parece inocente sou eu. Talvez o seja. Ao pé de ti é provável, que te imagino com o mundo sobre os ombros.

Não há toque. Só olhares e inibições, um embaraço a flutuar no ar. Há uma certa mágoa. Receias o novo rótulo com que te podem catalogar e imaginas os filmes que se passarão nas cabeças para lá da porta fechada. Despedes-te assim, a arranjar forma de parecer que só aconteceu o que efectivamente aconteceu. Uma conversa. Desde quando é preciso a verdade ser exaltada e exagerada para acreditarem nela?

Estendo-te a mão e apertas-ma. Formal. Tirei a mão, mas voltei a estendê-la e tu a apertá-la. Ou será que nunca nos largámos e o aperto foi prolongado? Pedes-me para voltar e não prometo nada. Queixas-te um pouco do estado a que chegou o local, mas repetes o pedido. E largas-me e fechas a porta do cubículo sem um último olhar e eu hesito um momento antes de sair.

Quero voltar, mas não sei quando. Vais esquecer-me?

Obrigada por te teres dado ao trabalho de conversar. Desculpa se pareci imatura, impulsiva ou de alguma forma inconveniente. Não foi por mal.

"Shit. I was almost happy again."

MJNuts

E a ti, que és parte de mim como eu própria sou, obrigada por o teu dia perfeito ter também sido o meu.

Friday, October 12, 2007

Stardust

Conhecem Neil Gaiman? Se não, fazem mal. A minha moral para falar (neste caso, escrever) não é muita, pois dele só li o hilariante Bons Augúrios, a meias com o bastante peculiar Terry Pratchett. Mas estou familiarizada com o seu trabalho, da célebre BD The Sandman aos variadíssimos livros que envolvem as mais delirantes fantasias da nossa imaginação no quotidiano dos comuns mortais. Essa é a magia de Neil Gaiman. Há satíra, há humor, há desgraças e confusões. Mas tudo misturado num caldo tão... acolhedor que o nosso coração se enche de esperança e a alma de sorrisos.

Eis então que veio alguém e resolveu adaptar o seu romance fantástico Stardust ao grande ecrã. Realizado por Matthew Vaughn, o filme conta com uma galeria de actores bastante agradável. Pelo menos para os gostos aqui por estes lados. Bem, por mim bastava ter a Michelle Pfeiffer que eu já me mexia para ir ao cinema (*cof*Hairspray*cof*pavor*). Mas além da magnífica senhora aparentemente imune ao tempo, temos também Robert de Niro num papel invulgar para o seu habitual, Ricky Gervais numa curta mas divertida participação, Peter O'Toole representando o ancião que só ele consegue ser... E claro, as petites e bonitas madames Claire Danes e Sienna Miller. Um bocado parecidas uma com a outra, mas isso com certeza terão sido detalhes para baralhar o herói Tristan, com Charlie Cox a estrear-se no seu primeiro papel como protagonista.

Mas deixemo-nos de pormenores desinteressantes. Stardust é uma delícia. Pura delícia para quem gosta de sentir e ainda não foi completamente possuído pelo cinismo desta vida.

Tudo começa nessa bela vila de nome Wall, situada algures em Inglaterra. E Wall porque há um enorme muro a separá-la de um campo que se diria banal, apenas com uma brecha convenientemente grande para uma ou mais pessoas conseguirem passar. Um jovem de aspecto cromo chamado Dunstan, certa noite, lá conseguiu enganar o guardião da brecha, atrevessou o muro e deu consigo em Stormhold, uma cidade repleta de seres estranhos e mágicos.


Estão a ver esta bonita moça? Pois diz que parece que a irreverência de Dunstan lhe trouxe sorte por uma noite. Mas 9 meses depois, a sacana deixou-lhe uma prendinha à beira do muro.

E foi assim que nasceu Tristan. E cresceu para também ele se tornar um jovem de aspecto cromo. Apaixonadíssimo por uma sempre luminosa Sienna Miller, aqui a fazer de menina semi-rica, mimada e irritante.

Entretanto, em Stormhold assiste-se à passagem do legado de um rei às portas da morte aos seus filhos. Eram 7, só 4 estão vivos, mas os restantes 3 fantasmagoricamente assistem a tudo. Como com tanto filho vivo, segundo tradições familiares, nenhum é rei legítimo, o pai decide que quem apanhar o seu rubi é que será o próximo rei. Lança a pedrinha ao ar e... eis que a pedra voa para além da atmosfera e estratosfera e afins camadas protectoras, atinge uma estrela e a puxa até este humilde planeta. Os filhos do rei dão por ela, Tristan e a sua amada dão por ela, um inigualável trio de rainhas bruxas maravilhosamente velhas e raquíticas dá por ela. Assim é apresentada a nossa estrela cadente.

Ora bem, os filhos do rei precisam da estrela para saberem qual deles é o próximo rei. Tristan quer a estrela para provar o seu amor a Victoria. As bruxas querem a estrela para se alimentarem dela e ficarem jovens e belas outra vez.


"No star is safe in Stormhold."

E todos partem em busca da estrela. Tristan chega lá primeiro e é graças a ele que descobrimos que a estrela é uma rapariga loira e imberbe. Que, coitada, com a queda ficou muito mal da perna. Assim começa a longa jornada de Yvaine, a bela estrela, a tentar regressar em casa sem cair nas garras de tantos interesseiros.

O resto é história. E magia. E oh meu Deus, quero ver o filme outra vez! Faz rir e sorrir e faz-nos sentir bem!

A bruxa Michelle Pfeiffer, alimentando-se do poder da última estrela caída, fica jovem e bela, mas cada vez que faz um feitiço, ganha umas rugas ou uns quantos defeitos que agradeciam cirurgia plástica. Os filhos do rei vão-se matando uns aos outros e juntam-se aos irmãos mortos, formando uma plateia que não tem reacções muito diferentes das nossas enquanto espectadores. Tristan vai aturando a estrelinha mimada que muito lhe ensina com o passar do tempo.

Ah, e claro que há piratas voadores e negociantes de aspecto duvidoso. E há duelos e sequências vagamente musicais. Há um pouco de tudo, neste filme de encher o olho e a imaginação onde se nota, tão bem, a influência de Gaiman.

É, para mim, o melhor filme de fantasia desde os já-lá-vão-uns-anitos Lord of the Rings. E não, eu não considero o El Laberinto del Fauno um filme de fantasia. Pelo menos não no sentido tradicional do termo.

A não perder. A sério.

MJNuts

Wednesday, October 3, 2007

Todo o Indivíduo é EGOÍSTA!

Depois de originar motivo para discussão com aquela lista controversa enunciada no post Os Piores Sentimentos, volto a expôr mais uma das minhas teorias da treta sobre a natureza humana. Embora acredite piamente na tese que estou prestes a enunciar, tenho perfeita consciência da facilidade que existe em contornar o assunto e contestá-lo com pedras e pedregulhos! Estão, pois, avisados que é uma opinião bastante subjectiva e alternativa a minha. Mas eis o que interessa.

Tal como enuncia o título bastante negativo (ou não) deste post, todo o indivíduo é egoísta. Para não haver margem para dúvidas, todo o ser humano é egoísta. Sim, é verdade que todos temos um pouco daquele egoísmo que se faz sentir ligeiramente quando nos pedem uma dentada do nosso palmier coberto logo pela manhã, mas não é a isso a que me refiro. O que quero dizer é que todas as acções praticadas pelo ser humano têm como motivação principal o egoísmo.

Logicamente, o egoísmo existe nas relações estabelecidas entre as pessoas e, como tal, afirmo que não importa que se trate de um conhecido, de um namorado, de um amigo ou de um familiar. Todos eles recebem o mesmo tratamento quando se trata de ser egoísta.

Na minha humilde opinião de um jovem impulsivo de 17 anos com as hormonas aos pulos, estamos todos a ser egoístas quando ajudamos a velhinha a atravessar a estrada, quando salvamos aquele rapaz de ser atropelado, quando damos o lugar no metro àquele senhor de moletas, quando atravessamos a cidade inteira para ir ter com um amigo que precisa de nós, quando passamos o Ano Novo com a família em vez de ir para a borga com os amigos. A verdade é que, se praticámos estas acções anteriormente enunciadas, significa imediatamente que nos sentiríamos pessimamente mal e com um enorme peso na consciência ao não o fazermos. Caminharíamos para casa a pensar que a velhinha poderia ter sido atropelada, sentiríamos remorsos por não ter impedido o rapaz de ter sido atropelado, o assento do metro deixaria de ser confortável só de vermos um homem de moletas sem lugar, não iríamos conseguir dormir à noite porque sabíamos que alguém do outro lado da cidade precisava de nós, não nos divertiríamos o suficiente com os amigos, sabendo que alguém estava realmente triste por celebrar o início do ano sem nós. Embora alguns destes sentimentos hipotéticos tenham sido exagerados, vocês percebem a ideia.

Se me disserem que fazem qualquer uma destas acções apenas pelo prazer de ajudar alguém e pôr esse alguém feliz eu chamo-vos egoístas à mesma. Afinal de contas, essas acções contribuem para a vossa satisfação pessoal e um alívio de consciência. Porque ninguém aguenta passar na rua por uma criança que está deitada na calçada sozinha a chorar sem parar para lhe perguntar o que se passa. Porque a felicidade que ganhamos em ver um sorriso infantil conseguido por mérito próprio sabe bem ao nosso ego.

Para não falar também do reconhecimento das nossas acções. Quem não gosta que se saiba que ajudámos pessoa X ou Y? Sabe sempre lindamente quando somos reconhecidos e elogiados por termos praticado tão nobre acção. Mas este é outro campo pelo qual não pretendo entrar de momento.

No entanto, não me interpretem mal. Quando afirmo que todo o indivíduo é egoísta não o faço com uma tonalidade negativa. Se reflectirmos um pouco, poderemos considerar ruim um sentimento que nos faz praticar boas acções?


Guess

Thursday, September 27, 2007

E a Rúbrica Musical Deste Mês É... *rufar de tambores*

ONDA CHOC!!!

Ah pois é! Esses grandes e magnânimos talentos do tempo em que eu nem sabia o que era depilação!

Onda Choc tem qualidade, senhores! Podem crer nas minhas palavras! Eu sinto-me feliz por pertencer a uma geração que via nos Onda Choc os grandes ídolos nacionais, em vez dos actuais D'ZRT que não valem um chavo! Os Onda Choc plagiavam as melodias descarada e orgulhosamente! Tão descarada e orgulhosamente que, aos primeiros acordes, nunca se sabe se se está ouvindo a versão original ou a cantoria Onda Choc! Eat that, D'ZRT! Esses meninos velhos e bexigosos a fazerem-se de novos nem sequer têm tomates para copiar com dignidade. Não! Eles vão buscar músicas lá dos subterrâneos do Japão e vão-se safando porque ninguém as conhece! Seus reles!

Onda Choc é atitude! Onda Choc é a parvoeira adolescente reunida numa receita de boas vozes e excelentes sonoridades (como o sucesso das versões originais comprova, portanto). Onda Choc são essas magníficas vozes da Patrícia Matos, da Vanda Antunes e da Ana Rita Rolo (não se tornaram famosas a solo porquê, oh babes?)! São elas e o coro lá por trás, que é do melhor! São elas e os meninos que só podem ter dado em gays ou nunca teriam ido parar aos Onda Choc!

Onda Choc é Ana Faria em mais um projecto de valor para múltiplas gerações! A senhora é um génio da adaptação musical!

Não tenham vergonha das vossas pancas musicais. Obviamente que a malta é toda muito culta e muito dentro do sistema de artistas underground e/ou conceituados, mas curtir Onda Choc não é vergonha nenhuma! Há estilos e estilos e Onda Choc é uma maravilha para gozo e rambóia! É uma identidade nacional! Nós também nos queixamos da balança e das aulas e da semanada e do rapaz parvo que nos fez a vida negra! E também gostamos de chuva e de ouvir rádio! Também temos sonhos e ambições, também sofremos desgostos e temos amigos! Onda Choc é tudo isso e com diversão garantida!

É a loucura!

E para isto ainda ter a vaga semelhança do que é suposto ser a Rúbrica Musical desta banca de Tretas, aqui vão uns conselhos simpáticos. Dos hits para curtir à brava, oh yeah!

1. Ele é o Rei - incontornável! é O hit dos grandes senhores que são os Ondinhas!
2. Deixa-me em Paz - essa mega mega mega malha! é do melhor! "enquanto me dizias gostar de mim/que eu era o teu amor/namoravas também com a Leonor"! it doesn't get much better!
3. Ao Meu Lado - vou sair com este e com aquela, vou aqui e acoli, é a bombar a toda a hora!
4. Visto-me À Minha Maneira - intemporal! quem não tem brigas de indumentária com as autoridades paternais a dada altura da vida? ah pois é!
5. Ó Mãe, Sobe a Semanada - esta é eterna, é para sempre! dinheiro falta-nos a todos! ai o cinema e o almoço!
6. Em Nós - um hino à geração Onda Choc! nós queremos aquilo tudo e vamos fazer aquilo tudo, só têm de confiar na gente!
7. Férias de Verão - o expoente máximo da foleirice adolescente! "- eu andava a aprender a nadar/- eu salvei-a de se afogar"! o John Travolta e a Olivia Newton-John só têm de se sentir orgulhosos!
8. A Balança Diz Não - mas quem é que deixa de caber no casaco por um saco de gomas, Deus meu?!
9. Não Quero Ouvir Falar em Escola - nós também não, amigos! a gente compreende!
10. Sonho Cor do Mar - ah, a minha pontinha de melancolia! a canção mal cantada e desafinada que me põe sonhando como um bebé...

Tomem lá o vídeo da praxe! Reparem bem na delícia das danças apaneleiradas e das roupas ainda a pavonear o scary-style dos 80's!



Onda Choc é muito bom, pah!

MJNuts

Monday, September 24, 2007

Submundo Gay

Sendo este um blog onde nenhum assunto é tabu, mais tarde ou mais cedo, a homossexualidade seria aqui tratada. Não pretendo aborrecer ninguém com conversas sobre a natureza da homossexualidade ou a discriminação que existe - para isso já nos chegam os filmes, os livros, as reportagens ou aqueles documentários aborrecidos e irrelevantes, que começam a crescer em quantidade notória.

A forma como as pessoas lidam com aqueles designados por gays tem vindo a sofrer constantes alterações ao longo dos tempos. Embora agora as pessoas sejam mais racionais (não é?) e já não olhem a SIDA como uma doença demoníaca exclusiva dos homossexuais, a verdade é que parece que haverá para todo o sempre um conflito e um preconceito entre os heterossexuais e os homossexuais - perdoem-me por estar a usar imensos rótulos para designar as pessoas, mas não há outra forma de tratar este assunto.

Pergunto-me se este preconceito notório será motivo suficiente para levar homossexuais a criarem um submundo gay onde se possam refugiar. Clubes, bares, discotecas e até mesmo bairros inteiros. Cada vez é maior o número de espaços e locais onde, embora não exista nenhuma exclusividade para gays, a presença destes é de tal modo esmagadora que passam a ser os seus territórios, por assim dizer. Pessoalmente, conheço até pessoas que, após se assumirem e terem visitado, inocentemente, alguns desses locais tão tipicamente gays, não procuram mais outra coisa.

A verdade é que compreendo a sua opção e a sua atitude. De certa forma, é uma auto-defesa a criação de locais onde sintam que podem dançar, andar e agir como querem e lhes bem apetece sem sentirem que estão a ser julgados e apontados. No entanto, o seu afastamento da maioria da sociedade em busca de conforto aumenta ainda mais a profundidade do foço que existe entre gays e heteros. Será vantajosa ou realmente necessária a criação destes lugares? Quero dizer, não existem discotecas que sejam nomeadamente para heterossexuais. Ninguém conhece uma discoteca por ser visitada por heterossexuais. No entanto, existem inúmeras discotecas gay que assim são assim referidas.

Não tomo nenhum partido. A minha opinião é "neutra". Queria saber a vossa.



A famosa discoteca gay em Lisboa no Rato - Trumps.


Guess

Sunday, September 23, 2007

Death at a Funeral - Morte num Funeral

Já repararam que, no mundo do cinema que temos no nosso Portugalinho, o que é realmente bom passa ao lado da publicidade? Sim, com sorte lemos uma crítica que nos chama a atenção ou então um filme underground deu polémica lá fora e até aparece uma entrevista com o realizador num folhetim de cultura.

Mas, seja como for, a verdade é que a nata do bom cinema passa ao lado dos circuitos comerciais. Não aparecem anúncios nos jornais. Não dão os trailers na televisão. Não se conhece o título original e menos ainda lá se chega pelo horror das traduções portuguesas (acrescento que foi isso que me impediu de ver Little Miss Sunshine quando passou pelas nossas salas).

E pronto, Death at a Funeral é mais uma dessas pérolas com entrada discreta nas nossas salas. Tão discreta que provavelmente sai daqui a pouco tempo e quase ninguém terá tido a sorte de lhe pôr as orbes em cima.

Death at a Funeral é uma comédia britânica do realizador Frank Oz. Começa logo por deixar antever bons momentos com um fabuloso genérico animado de um caixão a percorrer um mapa.

Muito resumidamente, trata-se do reencontro de uma família para o funeral do patriarca (não é lindo como de facto as famílias só se reúnem para coisas destas?). Antes da cerimónia, somos apresentados aos diversos protagonistas e ficamos a ter uma vaga noção das sua motivações. Temos Daniel e Jane, o filho mais velho e a sua esposa, que ainda viviam na casa do pai morto apesar de estarem a fazer planos para se mudaram. Temos Robert, o filho mais novo, escritor famoso que abandonou a família para se dedicar aos prazeres dos EUA. Temos Martha e Simon, a sobrinha e noivo, que não consegue nem por nada agradar ao futuro sogro. E Troy, o irmão de Martha, muito dado às substâncias farmacológicas. Para não falar do hipocondríaco Howard, do ainda-obcecado-pela-Martha Justin e do sempre presente Tio Alfie. Ah, e o anão Peter. Muito importante.


Uma galeria de personagens deliciosas com quem podemos definitivamente contar para umas boas gargalhadas. Sim, porque há muito que não me ria tanto no cinema!

Não quero dizer muito porque não quero estragar nada a ninguém. Preparem-se para ser inteligentemente surpreendidos. Preparem-se para ouvir gargalhadas tão altas (há sempre gente assim no cinema) que querem prestar novamente atenção ao filme e não conseguem. Preparem-se para tremer quando se fala em Valium. Preparem-se para se divertirem e ficarem bem-dispostos.

Vão ver o filme, a sério. Apreciem a diferença entre o requinte de uma comédia britânica que nos faz rir com vontade sem cair na piada fácil e no exagero do estereótipo da típica comédia americana.

Não percam Death at a Funeral, até porque o cartaz em vigor este mês não é nada de extraordinário e este é sem dúvida o melhor filme que por lá circula. Vão ver que não se arrependem.


MJNuts

Monday, September 17, 2007

Considerações Sobre os Emmy '07

Eu tenho de me deixar destas coisas de ver cerimónias americanas e fatelas até às tantas da manhã...

Antes de mais, o meu muito obrigada ao AXN por ter reparado que ver 4 horas de televisão com a Liliana Neves a tagarelar infinitamente sobre as coisas mais absurdas não é o desejo dos fãs parvos, que nem eu, que se aguentam no sofá à falhados para ver estatuetas feias e douradas serem entregues a ídolos (ou não).

Fora isso, realmente não há glamour como o dos óscares. Sim, os filmes às vezes são péssimos e a malta até viu coisas bem melhores nas salas de cinema. Mas do tempo de antena dado aos apresentadores, passando por um muito maior esforço dos anunciantes do vencedor em fazer suspense, os óscares só ganham como espectáculo visto em casa.

Anyway, vi mais anúncios do que cerimónia. Ou tecnicamente, vi mais vezes O anúncio do AXN a anunciar as suas novas temporadas que algures lá para o meio mete um MEGA-cameo de uma coxa que só para aí à 6ª vez descobri que era uma coxa a despir uma saia. Sim, houve assim taaaaantos intervalos.

A minha maior alegria da noite... Bem, na verdade foram duas. Mas vamos à 1ª e mais ridícula e mais fangirl-ish, aquela em que estava a pensar quando escrevi a 1ª frase deste parágrafo. O Hugh Laurie estava lindo, britânico e sentado AO LADO de uma Lisa Edelstein de arrasar, vestida de vermelho!!! Se aqueles dois não se papam num futuro próximo, nem que seja no ecrã!, dá-me uma coisinha má. E foram filmados várias vezes aos segredinhos ao longo da cerimónia! Weee!xD Ah, e claro, é sempre bom ver a Ellen, mais não seja porque se sabe automaticamente que ao lado dela está a bomba da Portia de Rossi, que é sempre um regalo para a vista.

Quanto aos prémios. Boriiiing! E não é como se eu visse poucas séries e não conhecesse nada daquilo! Houve algumas surpresas, nomeadamente o facto de terem roubado tudo aos The Sopranos nas categorias de actuação deixando-os apenas com o Emmy de Melhor Série Dramática (além dos Emmy de Argumento e Realização, ok).

Deixo-vos aqui a lista de vencedores, então:

Melhor Drama: The Sopranos (nada a contestar)
Melhor Actor em Drama: James Spader em Boston Legal (what?! a série não contribui nada para a felicidade geral e o papel do Alan Shore resume-se à mesma cara inexpressiva em 70% do tempo, acompanhada de diálogos bastante bem escritos. bah!)
Melhor Actriz em Drama: Sally Field em Brothers&Sisters (uma surpresa, um discurso idiota. acho que a senhora faz um grande papel na série, mar por acaso não estava à espera de a ver vencer)
Melhor Actor Secundário em Drama: Terry O'Quinn em Lost (YESSSSSS! --> 2ª maior alegria da noite, portanto)
Melhor Actriz Secundária em Drama: Katherine Heigl em Grey's Anatomy (WTF?! Deus me perdoe que eu até acho a Heigl um amor de ser humano, mas PRÉMIOS para a Izzie Stevens?? aquela que não dá lá muito trabalho a construir se comparada à Cristina Yang e à Miranda Bailey?? minhas ricas restantes nomeadas... A terapeuta de Lorraine Bracco já merecia consagração)

Melhor Comédia: 30 Rock (para mim, seria My Name is Earl... oh well, enquanto não for Ugly Betty a levar prémios para casa, dou-me por feliz)
Melhor Actor em Comédia: erm... eu parece-me que foi o Ricky Gervais por Extras, mas tendo em conta que o Steve Carell subiu ao palco histérico e fez uma algazarra a meia com o Stephen Colbert e o Jon Stewart, fiquei na dúvida. Mas acho que isso foi piada. Ricky Gervais, portanto. Merece. Num ano em que faltaram os sempre brilhantes Jason Lee e Zach Braff.
Melhor Actriz em Comédia: America Ferrera em Ugly Betty (alguém se esqueceu de reparar que a Felicity Huffman E a Mary-Louise Parker também estavam nomeadas?! terrorrrrrrr!)
Melhor Actor Secundário em Comédia: Jeremy Piven em Entourage (muito previsível, mas o Jeremy Piven é grande e merece tudo! és o rei!)
Melhor Actriz Secundária em Comédia: Jaime Pressly em My Name is Earl (eu sei que há muita gente que não gosta da série, mas Jaime Pressly é perfeita como Joy e a postura clássica e contida da actriz só demonstram mais uma vez o empenho e trabalho de caracterização da actriz na sua Joy. fiquei com alguma pena, porque adoro a Celia de Elizabeth Perkins, mas a minha lealdade vai sempre para a Joy!)

E é a isto que se resumem 4 aborrecidas horas de emissão. Pelo menos é a isto que se resume o que nos interessa.

MJNuts

Thursday, September 13, 2007

Pedagogia de Qualidade!

Acho que há lições de vida muito importantes... Temos de ouvir os sábios que nos aconselham neste longo caminho sinuoso!

Em 21 anos de existência, eis a maior pérola pedagógica que me apareceu:



A Rua Sésamo é uma referência educativa digna de registo. A Disney é muito bonitinha com os seus bons conselhos morais.

Mas para a malta hardcore que não quer saber de falinhas mansas e quer é arranjar porcaria e confusão... lembrem-se do Mamute! É assim que elas acontecem!

MJNuts

P.S.- Da próxima vez que me calhar um grupo de crescidos no ATL, a ver o longe que vão com esta pedagogia!xD

Monday, September 10, 2007

Adolescente...

Preparo-vos já para um post mais pessoal do que o que é hábito por aqui. Pelo menos o que é meu hábito.

Acredito que cada experiência é uma oportunidade para o auto-conhecimento, só depende de nós aproveitá-la. Chega a um ponto em que já nos conhecemos bastante e é preciso mais trabalho para nos surpreendermos a nós próprios. Mas acontece.

É preciso muita coragem, muita honestidade, para olharmos para dentro e sermos capazes de nos ver. Por mais que não queiramos, o ser humano é uma entidade obscura. Com potencial para o Bem e para o Mal. Por mais que preguemos o Bem, está inato, inerente em cada um de nós, a capacidade de fazer o Mal. Resta-nos aceitá-lo e combatê-lo. Ou negá-lo e viver com a culpa de que tal coisa existe.

Os segredos mais pesados são os que escondemos de nós mesmos. É preciso um trabalho solitário, doloroso, pesado para admitirmos a nós próprios as nossas falhas, os nossos defeitos, o que tantas vezes fazemos de errado e só nos fica mal.

Faz parte do crescer. A infância, para o comum e feliz mortal de classe média, é uma redoma de vidro. Um globo daqueles com água e que tem floquinhos de neve que flutuam suavemente com a ondulação. Esse é o mundo que conhecemos em crianças, enquanto vivemos o mais protegidos possível dos perigos que há lá fora.

Mas chega uma altura em que já conhecemos os flocos. E já sabemos de cór cada porção de vidro. E já nadámos em todas as ondulações e percorremos todas as correntes. Então aquela abertura no fundo do globo é a oportunidade de um mundo novo. É a chave da exploração e da conquista.

E crescemos e saímos e somos adolescentes. E já não temos desculpa quando fazemos disparates porque já saímos do globo e ainda não temos permissão para fazer tudo porque acabámos de sair de lá.

O corpo muda e a mente também. E é tudo confuso e tudo deixa de fazer sentido. Existo porquê, mesmo? Qual é a minha utilidade? Não podia ser ainda criança? Não posso já ser mais velho? Desde quando é que tenho borbulhas? Porque me interesso subitamente pelo sexo oposto? E de onde veio esta raiva contra o mundo em geral?

A adolescência é, acima de tudo, um percurso interior. Um percurso interior a que muitos fogem. Os adolescentes têm o poder. Um adolescente pode tornar-se no que quiser se assim o desejar. Aos 12, 13, 14, 15 é-se um ser humano em potência. Não temos vícios, somos refrescantes, não estamos presos ao hábito porque tudo é tão novo que o conceito de rotina é embrulhado num universo de surpresas. Podemos ser preguiçosos e ir na onda em que nos transportam ou podemos tornar-nos naquilo que gostaríamos de ser, podemos trabalhar para isso.

Os adolescentes são muitas vezes, injustamente, colocados no "saco social" do velho estereótipo da idade do armário e da idade da parvoíce. Sim, há adolescentes parvos, como há crianças idiotas e adultos estúpidos. Isso é da pessoa, não da fase da vida.

Ser adolescente é lindo. Não sei se há algum adolescente a ler-me, mas é bom que saibam isso. Ser adolescente é sofrer e estar sozinho, mas é lindo. Muitos adolescentes só se têm a si próprios e aos outros adolescentes. Há os pais que deixam de compreender os filhos e se viram para os irmãos mais novos e ainda na infância fácil. Ou que simplesmente ignoram e se desculpam com o preconceito da "fase". Há os professores que já têm mais com que se preocupar e não querem saber. Há uma ausência de apoio, há um desamparo que dói e magoa e traz consigo uma certa irreverência, uma certa rebeldia. Nós sozinhos contra o Mundo.

E então elevamo-nos e achamo-nos tão maiores. Tão melhores. Estamos acima de todos e percebemos tudo melhor e já vivemos tudo e já sabemos imenso. E tornamo-nos algo arrogantes e pretensiosos sem disso termos noção.

Mas é só uma defesa. Um adolescente é socialmente exibicionista por natureza. Daí a tendência para as novas experiências, nem sempre aconselháveis. Fumar é fixe? Apanhar besanas é do melhor? Fazer sexo porque já ninguém é virgem?

Não há pressa. A vida não acaba com a adolescência. A vida começa com a adolescência. Não precisamos de fazer tudo, de cometer todos os pecados e todas as asneiras para gostarem de nós. Quem interessa, gosta das inseguranças e dos sorrisos, das brincadeiras e dos pequenos passos.

Há tempo para aprender que existem pessoas completamente diferentes de nós. Assim como existem pessoas tal qual como nós. Existem vegetarianos e existem gays. Existem racistas e existem chineses. Existem pessoas que sofrem por coisas ridículas e pessoas que suportam dores inimagináveis. Há de tudo porque somos pessoas e no fundo somos muito parecidos em muitas coisas, se conseguirmos apenas ter a humildade de ver, compreender, aceitar a diferença. Aceitar a semelhança.

Sou muito adolescente, ainda. Será que serei sempre? A novidade assusta-me até que a assimilo. A inocência é, por muito estranho que possa parecer, uma característica que prezo muito e que se vê tão bem nos olhos das pessoas... Falo como os adolescentes e sou meio resmungona. Tenho os hábitos de sono completamente absurdos que se diz que as hormonas dão aos adolescentes. Sinto-me crescida e responsável quando me tratam como adulta que já sou. Sinto-me feliz e excitadíssima quando me envolvo em brincadeiras de criança. Que há de mal em correr? Andar às cavalitas? Balões de água?

A vida não tem de deixar de ser divertida. A vida não se pode levar a mal, é sentir e viver.

Sou fã de adolescentes. E vejo beleza no interior de todos eles. Há uns que são aves raras por excelência. Há os feitios complicados. Há os rebeldes crónicos e os inseguros crónicos. Há os calados e os extrovertidos. Há aqueles tão raros que são compreensivos (e isso é maravilhoso!).

Há muitos tipos de adolescentes, como há muitos tipos de pessoas. Qualquer que seja o tipo, o Mundo corre dentro deles e podem ser tudo.

Não se preocupem com as borbulhas. Nem com as gorduras. Nem com as intrigas. Não vale a pena fazer grandes dramas com os rapazes e as raparigas. Esqueçam os gostos iguais aos de toda a gente e encontrem a vossa identidade, que estar integrado não é ser idêntico. Se acham que não são amados o suficiente, se acham que o pai, a mãe, o irmão, a Abelha Maia, não vos dá atenção suficiente, queixem-se. Se ninguém vos curte, larguem a paranóia. Se são cruéis, esperem receber o mesmo em troca. Se são orgulhosos, chorem sozinhos. Se não têm orgulho, uma pequena dose dele faz sempre falta. Cresçam e riam e aproveitem.

Feitas as contas, numa vida bem vivida, o velhote chega ao seu dia final e confessa que nunca deixou de ser adolescente.

MJNuts

Friday, September 7, 2007

Felicidade Pré-Feita

Escolhe uma vida. Escolhe um trabalho. Escolhe uma carreira. Escolhe uma família. Escolhe uma televisão plasma de alta definição, escolhe uma máquina de lavar, carros, aparelhagens e abre-latas eléctricos. Escolhe um estado saudável, colestrol baixo e um bom seguro de saúde. Escolhe uma boa casa para começares a tua vida independente. Escolhe os amigos. Escolhe uma roupa notória e uma mala a condizer. Escolhe uma poltrona moderna, um tapete prático para limpar e um comando televisivo universal. Escolhe uma vaga abrangente de canais e dorme a sesta no sofá nas tardes de domingo. Escolhe o canal dos concursos televisivos ou das telenovelas. Escolhe as horas exactas em frente ao televisor e a comida-de-plástico necessária para essas horas. Escolhe um bom parque para passear o cão. Escolhe o jornal de todas as manhãs e o Café para o ler. Escolhe um bom futuro e um motivo para seres recordado. Escolhe calções de banho compridos, um bronze atractivo e uma vaga de fotografias para provares os lugares exóticos onde estiveste. Escolhe a discografia completa do teu cantor preferido e uma prateleira discreta para a expôr. Escolhe estores eléctricos e o aspirador ideal para o chão da cozinha. Escolhe um seguro de vida e um alarme contra roubos. Escolhe aquelas bolachas que tanto gostaste mas que são difíceis de encontrar. Escolhe uma bicicleta com travões de disco, um assento de gel e um cadeado com uma combinação de 6 dígitos. Escolhe um pacote de aulas de golf, um dia da semana para lavar o carro. Escolhe a casa onde passarás o próximo Natal em família. Escolhe uma colecção de música clássica para desenvolver o intelectual do teu filho enquanto bebé (não é o que dizem?). Escolhe a camisa que a senhora da perfumaria usava, o perfume que os outros gostam de cheirar em ti, os óculos de Sol, o relógio que é accionado através da pulsação. Escolhe fazer compras no supermercado onde parte dos lucros vão para crianças necessitadas. Escolhe ver documentários em família sobre o futuro do mundo. Escolhe a melhor frase que expressa a dor que sentes sobre esse futuro. Escolhe uma motivação e princípios fixos. Escolhe a roupa para usar na festa depois da formatura, o presente mais caro para o teu melhor amigo e uma caneta que escreva sobre qualquer superfície. Escolhe momentos passados para esquecer. Escolhe aquelas pessoas que queres odiar e aquelas que queres idealizar. Escolhe perguntas pertinentes sobre a existência do ser ou indiferença perante o inexplicável. Escolhe o caminho mais fácil ou o mais difícil porque é engraçado ser diferente.

Mas para quê? Eu escolho não escolher.


Guess

Sunday, August 26, 2007

Bora Lá Dar Dores de Cabeça à TVI!

Como deve ser do conhecimento de todos os seres humanos com televisão que frequentam esta humilde Treta, a TVI é um horror. De novelas a Morangos, ao Jornal Nacional que é uma piroseira, sem esquecer o novo orgulho nacional: o Toca A Ganhar.

Pondo esses detalhes de parte, que só vê quem quer, há certas coisas na TVI a que uma pessoa até gostava de deitar o olho... Seja a premiada House M.D. ou aquela série pela qual eu não dava um chavo e que me surpreendeu muito pela positiva, Médium. Temos ainda Nip/Tuck, That 70's Show, The Office... Enfim, um mar de qualidade. Ena pah, nunca pensei dizer esta palavra associada à TVI!

Pois é, as séries lá estão, mas e o horário? Algures depois da 1h da manhã, espalhadas antes e depois do tal orgulho nacional da coitada da moça que passa a maior parte do tempo a gaguegar nervosamente sozinha para uma câmara solitária. Horário de segurança, de profissional de saúde a fazer noite, coisa assim. Sim, porque o cerne da sociedade a essas horas ou está a dormir, ou está na rambóia!

Por isso, o meu companheiro das andanças do Hotvnews (http://hotvnews.wordpress.com/wp-admin/) Manuel Reis criou, com o apoio do Hotvnews e agora também do Tudo Tretas (é um pequeno apoio, mas mais vale pouco que nada), uma petição online para abrir os olhos à TVI do mal que estão a fazer às suas séries e da quantidade de espectadores que ficam irados com estas atitudes. Se queremos que as coisas mudem, temos de fazer alguma coisa e este é um pequeno gesto que talvez venha a dar frutos.

Aqui fica o site da petição: http://www.petitiononline.com/offitvi/petition.html . Assinem por um melhor serviço de televisivo, pela magnífica cultura que a TVI nos está a fazer perder. Se por acaso acham que não estão a perder nada, assinem à mesma. Já viram o gozo que dá o Zé da Esquina chatear os grandalhões?

MJNuts

Friday, August 17, 2007

31 Songs

Ora bem... Hoje decidi que a rúbrica musical que supostamente ia passar a ser apresentada uma vez por mês vai, exclusivamente neste belo Agosto, sofrer umas ligeiras alterações para melhor e mais interessante.

Proponho-vos um exercício mental, de espírito, e aqui vos apresentarei o resultado do meu. Já o fiz antes, uma ou outra vez, mas o resultado é sempre diferente.

Começando pelo princípio, Nick Hornby, um dos poucos autores ditos light de quem gosto (autor do absolutamente genial Alta Fidelidade e do agradávelzinho Era Uma Vez Um Rapaz), tem umas ideias giras para livros, sempre repletas de música e do quotidiano. Daria um excelente bloguista de certezinha absoluta. Adiante, este senhor escreveu um livro estilo crónicas ou ensaios em que conta as histórias das 31 Canções da sua vida. Porque são aquelas e não outras, porque o marcaram, em que momentos o acompanharam, essas coisas. Como está mais que chapado no assunto, o livro chama-se 31 Songs, claro está.

Como podem calcular, se eu fosse a deixar aqui o que cada música significa para a minha pessoa, dava espaço para nova obra. Não, não vos vou aborrecer com detalhes (a não ser que mo peçam e, nesse caso, logo se tratará de fazer uns postzitos à margem).

É muito simples. Vão pensar na vossa vida, na vossa música e vão escolher apenas 31 Canções. Podem adorar centenas e serem tão mega-fãs, sei lá, dos Queen, que o facto de serem apenas 31 vos despedaça a alma. Não interessa. As regras são 3, esta é a 1ª: apenas 31 canções. As outras 2 ainda mais dolorosas são.eheh Não se podem repetir artistas/bandas. Esta é que dói como tudo, que parece que estamos a dar facadas nas costas dos músicos do nosso coração. A 3ª e última, dolorosa para os mais clássicos: não podem incluir música clássica na lista.

Fácil, não é? De resto, podem incluir músicas infantis, genéricos de desenhos animados, canções de filmes, tudo!

Aqui ficam, então. As minhas 31 Canções. Numa tentativa nem sempre bem sucedida de manter uma ordem cronológica minimamente coerente.

1. Rui Veloso - Não Há Estrelas no Céu
2. Resistência - Não Sou o Único
3. The Cranberries - Zombie
4. Michael Jackson - Earth Song
5. Delfins - Ser Maior
6. Espen Lind - The Buffalo Tapes (My So-Called Friends)
7. The Verve - Sonnet
8. Seal - Kiss from a Rose
9. Nirvana - The Man Who Sold the World
10. Nelly Furtado - I'm Like a Bird
11. Creed - Wash Away Those Years
12. Genérico final da 1ª temporada dos Digimon que passou em Portugal ("Quando o tempo parou/Senti-me longe de tudo,/Muito longe de mim...")
13. Anastacia - Comboys&Kisses
14. The Corrs - Queen of Hollywood
15. Alanis Morissette - Forgiven
16. Pearl Jam - Alive
17. Dido - All You Want
18. Theatre of Tragedy - A Distance There Is
19. Nightwish - Walking in the Air
20. Apocalyptica feat. Mathias Sayer - Hope vol. 2
21. Train - Drops of Jupiter
22. Carlos do Carmo - Gaivota
23. Emiliana Torrini - The Sound of Silence
24. Maria Rita - A Festa
25. Tori Amos - Spark
26. "Hércules" (jovem) - Eu Irei Mais Longe (versão portuguesa de Hércules da Disney)
27. James - Born of Frustration
28. Within Tempation - Grace
29. Jeff Buckley - What Will You Say
30. The Dresden Dolls - The Perfect Fit
31. Nemesea - Angel in the Dark

Ei-las então. As minhas 31. Jesus, que isto é nostálgico! Vão-me perdoar ali os exemplares de mau gosto, mas há que ser justa. Não tenho culpa que dada pirosada tenha sido importante em dada fase da minha vida. Aconteceu!

Se quiserem, deixem as vossas 31 Songs nos comentários, caso vos dê para isso. Senão, fica uma sugestão que vos vai levar a caminhos musicais marcantes e há viagens que são sempre boas de se fazerem.

MJNuts

Saturday, August 11, 2007

Testamento

Ora bem... Não pretendo com este post passar por suicida! Não, não, nada disso. Descansem as mentes preocupadas que eu sou um ser humano que provavelmente não passará dos 60, mas fará tudo para aproveitar ao máximo os 39 anos que lhe restam!

Seja como for, a morte é daquelas coisas que, irremediavelmente, fazem parte da vida. E os lamechas hão-de perguntar "Então e o amor?". E eu digo "O amor é sobrevalorizado, pah!". O amor pode ou não fazer parte da vida. Os putos deixados ao Deus-dará não conhecem o amor de mãe. Muito boa gente atravessa a sua vidinha sem nunca se ter apaixonado verdadeiramente. E etc e tal.

O que nos leva à verdade evidente de que a morte é, sem qualquer sombra de dúvida, das poucas certezas que há na vida. E, para mostrar que sou cool e que isto é um blog de gente séria, vou passar a tratar a vida e a morte como entidades e indicá-las com letra maiúscula neste post. Bem, se a Vida e Morte voltarem a aparecer, claro.

Já pensaram como seria se, sei lá, morressem hoje, amanhã? Já pensaram na infinidade de coisas que deixariam por ver, fazer, sentir, viver se morressem agora? A malta é jovem e tenta não pensar nessas coisas, mas a verdade é que azares acontecem. Acidentes de carro, estar no sítio errado à hora errada, assaltos violentos, doenças fulminantes... A nossa vidinha é muito frágil e está sempre por um fio! Assustador, não é?

Volta e meia, estes pensamentos ocorrem-me. Sempre numa onda de boa disposição e leveza, obviamente. Mas às vezes interrogo-me de como reagiriam os meus pais, os meus amigos, quem iria ao funeral... E será que já disse a alguma entidade importante que gostava de ser cremada e não enterrada? Com as cinzas largadas sobre a terra do meu pai? Estas pequenas parvoíces que são ditas da boca para fora e não estão escritas em lado nenhum. Pelo menos em lado nenhum oficial.

E se morresse, como é que as pessoas que gosto eram avisadas? Como é que os meus pais sabiam qual dos Joões (Joãos?) do meu telemóvel é um dos meus melhores amigos? Como é que iam adivinhar que a Giovanna está em Bilu Bilu e a Filipa em Usagi? E a malta da Internet, que após anos de MSN e sms e poucos ou muitos encontros por aí até já se tornou amiga e parte da nossa vida? Como é que as pessoas ficam a saber para poderem aparecer?

E as minhas coisas? Quer dizer, eu, que até sou vagamente desprendida das pessoas e dos acontecimentos (guardar rancores? o que é isso?), sou muito agarrada às minhas coisinhas! Gosto muito dos meus livrinhos e prezo muito a minha colecção de DVD's, que é uma montra de qualidade e bom gosto, evidentemente. E ainda tenho cerca de 70 CD's originais, não é brincadeira! Quem é que fica com eles, hum? Bem, os livros podem ir para a Giovanna, minha parceira de leituras (ai que eu já nem leio 1/4 do que costumava...). Se bem que os livros infantis e juvenis deveriam ir para a catrefada de putos que a minha família tem parido nos últimos anos... E o Guess e a Filipa podem dividir os DVD's (não andem à batatada pelo Lost, sff - ah, e Futurama deve ir para o Dae!). O Hugo pode ficar com os CD's, que ele é a personificação musical da minha vida. Alguém faz leilão pelo portátil e material tecnológico? É um bicho de boa qualidade, quase 3 anos e nunca me deu problemas.

É que, sei lá, isto deve parecer algo mórbido, mas não se devia deixar estas coisas escritas para os nossos desejos serem realizados? Não vos faz um certo sentido? Ou eu sou anormal de todo?

E o meu amado Zoo? Não teria que ser avisado? É que se não apareço lá para trabalhar, ficam com má impressão minha e se estiver morta não tenho culpa!XD

Enfim, é daqueles assuntos meio tabu e que a malta prefere não pensar porque é perturbador ou porque teoricamente somos tão novos que o assunto é menosprezado. Mas lá que elas acontecem...

Para efeitos kármicos, que se calhar o Sr. Karma (bem, segundo o Earl, é a Sra. Karma e ele parece dar-se bem com estas questões) está a ler isto e decidiu que a missão da minha vida era escrever este post e por isso vai matar-me num futuro próximo com uma crise de asfixia porque uma mosca me entrou na boca (oh, the irony!), considerem esta parafernália de disparates existenciais como uma espécie de meu Testamento. Deixo aqui as minhas declarações de amor às pessoas não presenteadas com os meus artigos de cultura coleccionáveis, isto porque um Testamento bem feito, na minha cabecinha, tem os artigos diferenciados quase um a um e respectivas explicações. O que é particular e mais pessoal, fica para quando eu tiver 50 anos e um advogado.

MJNuts

P.S.- E nem sequer cheguei a falar do que haverá para lá da Morte! Ah, a sorte que vocês têm!

Monday, August 6, 2007

Half Jack

Tal como acontece com as minhas colegas participantes deste blog, também eu sou um fã dedicado desta grande banda, que é os The Dresden Dolls. A paixão e emoção que Amanda (vocalista) tem ao cantar as músicas são de uma magnitude enorme - algo que não se encontra facilmente entre a maioria dos cantores. Amanda compõe todas as músicas que canta e as letras, também da sua autoria, são, na grande maioria dos casos, baseadas em experiências passadas da sua vida. Ao que consta, a sua infância não foi lá muito famosa, o que explica os berros, a voz quebrada ou mesmo as lágrimas quando canta estas grandes músicas ao vivo.

No entanto, nem todas são decifráveis à primeira leitura. Na verdade, existem algumas músicas cujas letras são bastante complexas e difíceis de interpretar. Um bom exemplo deste facto é a Half Jack, que, em minha opinião, é das músicas mais potentes da banda. A agressividade da explosão do piano, da bateria e da voz de Amanda conferem à música uma intensidade grandiosa. Mas chega de elogios da treta.

Curioso, fui procurar possíveis teorias e interpretações para o significado da letra e, embora tenha encontrado algumas que encaixavam como uma luva, gostava de saber o que pensam do assunto. Queria saber o que acham que é tratado e, para não influenciar ninguém, não vos vou dar (já) a minha opinião.

Após a letra, deixo um clip com a música. Visto a banda não ter qualquer videoclip para ela, procurei um vídeo da treta que não vos distraísse muito do tema. Não vale mesmo a pena verem. Podem, se quiserem, ouvir a música enquanto lêem.

Facto: No site oficial da banda, Amanda escreveu junto a esta música "For my father".


Half underwater.
I'm half my mother's daughter.
A fraction's left up to dispute.
The whole collection
Half off the price they're asking
In the halfway house of ill repute.

Half accidental.
Half pain full instrumental.
I have a lot to think about.
You think they're joking?
You have to go provoke him.
I guess it's high time you found out.

It's half biology and half corrective surgery gone wrong.
You'll notice something funny if you hang around here for too
Long ago in some black hole before they had these pills to take it back.
I'm half Jill
And half Jack!

Two halves are equal.
A cross between two evils.
It's not an enviable lot.
But if you listen
You'll learn to hear the difference
Between the halfs and the half nots.

And when I let him in I feel my stitches getting sicker.
I try to wash him out but like they said: the blood is thicker.
I see my mother in my face
But only when I travel.
I run as fast as i can run
But Jack comes tumbling after!

And when I'm brave enough and find a clever way to kick him out.
And I'm so high not even you and all your love could bring me down.
On 83rd he never found the magic words to change this fact:
I'm half Jill
And half Jack!

I'm halfway home now.
Half hoping for a showdown.
'Cause I'm not big enough to house this crowd.
It might destroy me
But I'd sacrifice my body
If it meant I'd get the jack part out!

See, Jack, see, Jack,
Run, Jack, run, Jack...




Guess

Wednesday, August 1, 2007

Harry Potter and the Deathly Hallows

Regressada da minha curta ausência antes de partir para a próxima curta ausência, tive o tempo e a oportunidade (entre os outros dois caramelos que me obrigavam a ler à vez e capítulo a capítulo) de finalmente ler o último livro da saga de Harry Potter. Sim, porque o Harry Potter é para se ler depressa, senão quando damos por nós já há spoilers por todo o lado!

Por isso, vou já começar por deixar um gigantesco aviso de spoilers para não lixar a leitura a ninguém!

SPOILERS - quem não quer ficar fulo da vida com a minha pessoa por saber coisas a mais da conta, mantenha-se longe!

Eu, como muita gente por aí, já há alguns livros que leio o Harry Potter, porque pronto, a dada altura a gente já só continua a ler porque quer saber como vai acabar. E como a saga da J.K. Rowling até tem qualidade de sobra para uma pessoa não se chatear e já nem do final querer saber, eu mantive a minha fidelidade.

Impressão geral: um bom livro, mas não excelente. O melhor de Harry Potter and the Deathly Hallows está a uma distância considerável do melhor de Harry Potter and the Prisoner of Azkaban ou o melhor de Harry Potter and the Half-Blood Prince (um livro algo mediano dentro da saga, mas cujos melhores momentos são efectivamente magníficos).

Em relação à plot... Previsivelmente, dado o fim do livro anterior, seria de se esperar que a metade inicial deste fim de saga fosse um tédio descomunal. Ok, tédio descomunal é capaz de ser um termo excessivo, mas a 1ª metade deste Deathly Hallows é sem dúvida morna e até um pouco desinteressante, ao estilo da 1ª metade de Harry Potter and the Order of the Phoenix. Além disso, na 1ª metade do livro, levamos com uma Hermione a chorar no mínimo uma vez por capítulo, o que é sinceramente irritante. Não era assim que eu me lembrava dela e eis que aqui temos mais uma excelente forma, a par da relação com o Ron (milagrosamente melhorado e amadurecido no livro só para o efeito), de me fazer tirar a Hermione do meu Top de personagens preferidas do Harry Potter.

Já toda a gente sabia que o livro seria sobre a busca dos Horcruxes, por isso toda a gente previa que o título teria a ver com isso. Diz que parece que afinal não senhora. Os Deathly Hallows são mesmo a grande surpresa do livro, surgidos de uma daquelas realidades obscuras que muitos julgam conto ou mito, mas que tem fundo de verdade. Tal como os Horcruxes, são objectos que podem ajudar a eliminar o Voldemort e aos quais J.K. dá um misticismo que nos fascina e nos faz querer saber mais. Dumbledore plantou as pistas de forma ao Harry poder escolher a alternativa que lhe parecesse melhor. Isto, embora infinitamente bonito e wowww e whatever, traz duas coisas que me chatearam o suficiente: 1º, a exaltação suprema do Harry como mega-herói, selfless (não me ocorre nenhum equivalente português, desculpem), tãaaaaoooo melhor que todas as outras pessoas do Mundo, inclusive muito à frente do Dumbledore (LOL); 2º, com dois lados para onde se virar, J.K. descurou tanto Horcruxes como Hallows e fica a sensação que podíamos saber mais e melhor sobre ambos. No caso dos Hallows, isto é evidente, porque surgem de modo algo aleatório e quando damos por nós já toda a gente mandou um bitaite conveniente que nos informa sobre a questão de forma um pouco deficitária. No caso dos Horcruxes, a coisa passou-se de outro modo. O 6º livro tinha-nos dado muita informação, e sólida, sobre o assunto, neste 7º tudo o que havia a fazer era encontrá-los e destruí-los. E é isto que leva ao secão da 1ª metade do livro, porque ninguém sabia onde os encontrar ou o que fazer com eles, então vão arrastando o tempo com conversa de chacha e dúvidas existenciais. Quando de repente sabem o que há a saber, é um frenesim que nem se percebe de onde apareceu aquilo. Os bitaites convenientes e aleatórios, lá está.

O Voldemort surge aqui mais parvónio e desesperado que em livros anteriores. Eu custa-me a acreditar que um homem que chega a tamanho ponto de poder e semi-omnipotência seja tão imbecil. Sim, sim, o amor e tal e ele não entende, mas pelo amor de Deus! Um Senhor do Mal um bocadinho mais inteligente teria protegido não só a Nagini, mas o penúltimo Horcrux também. Além disso, aquela obsessão dele com o Harry é doentia e só lhe trouxe dissabores. Se ficasse sossegado na sua demanda pelo controlo do Mundo escusava de se ter chateado com putos imberbes e literariamente despenteados (só literariamente, porque cinematograficamente o gel não faz efeito no Daniel Radcliffe). O Harry tem a importância que o Voldemort lhe deu, tão simples quanto isso. Eu que até o achava um senhor bastante cool e tal, com uma certa pose... Bah, esquece lá isso.

Uma coisa que gostei bastante no Deathly Hallows foi a forma como todos, ou quase todos, os personagens que foram surgindo em pequenas aparições ao longo da saga tiveram o seu papel, nem que fosse para morrer! Ou então surgia o seu nome só assim num parágrafozito para fazer o jeito. Gostei de os rever, já nem me lembrava de alguns. Faltou a Murta Queixosa! Mas apareceu uma fantasma porreirita para compensar.

Falando agora do que mais me interessa no Harry Potter, ou seja, as personagens. Já falei do Voldemort, mas é só porque esse é caso flagrante.

Em relação aos nossos 3 estarolas, o que posso eu dizer? A Hermione desiludiu-me. Mesmo. Foi uma sombra do que eu me lembrava dela ser (para aí 2 ideias de génio em 600 e tal páginas), para não falar da choradeira digna de desidratação. Já era uma gag recorrente lá em casa entre o grupo, cada vez que alguém dava pelo choro da Hermione, tratava de ler a passagem para o gozo ser geral. Se pensar bem no assunto, este descambar da Hermione era algo previsível e tem-se vindo a notar desde o 5º, com maior incidência no 6º, o afamado book of the snogging, em que de repente as hormonas estalaram e toda a gente comia toda a gente. E enfim, foi a Hermione que se viu. O Ron foi basicamente a 1ª vez que gostei dele desde o longínquo Harry Potter and the Philosopher's Stone. Passou livros a ser usado como parvo, imaturo e arma de comic relief, mas a J.K. lá achou que o que era demais enjoava e ofereceu-nos um Ron por fim aceitável. Não sem um último acto de rotunda estupidez e deslealdade, obviamente agraciado com um acto heróico e uma desculpa válida alguns capítulos mais tarde. O Harry... Bem, o Harry nunca foi senhor das minhas preferências. Gosto dele e tolero-o como faria ao simpático animal de estimação de um qualquer amigo meu. Mas não me arrebata o coração. De vez em quando irrita-me, o resto do tempo tenho um interesse meio vago e desprendido na sua pessoa. Neste livro, irritou-me mais do que me interessou. Bem, claramente que me interessou, porque se houve livro centrado no garino da cicatriz foi este! Não havia escape possível. Mas o Harry cometeu aquele erro imperdoável que me fazia ter vontade de esbofeteá-lo cada vez que tinha de ler algumas linhas sobre o assunto: duvidou do Dumbledore. Pelos motivos mais parvos. Então o homem foi professor dele, ele sempre foi tão obcecado com a sua cicatriz que só falava de si próprio com o homem e depois tem o DESPLANTE de ficar furioso porque o Dumbledore não lhe contou como ele tinha sido na sua juventude?! Merecia era dois sopapos para acordar para a vida! E, claro, eu não reajo muito bem a personagens com o Mundo às costas de que toda a gente depende e cujo valor é exaltado infinitamente, mesmo quando eu olho para ali e só vejo banalidade.

O Dumbledore é tipo o Gomes Freire de Andrade ou o Frei Luís de Sousa. Daqueles ausentes mais presentes que alguns que estão efectivamente a passear-se por ali! Eu sempre adorei o Dumbledore. Acho que um velho sábio e bondoso é daqueles arquétipos de personagem a que ninguém resiste. Principalmente quando se tem a coolness do Dumbledore. Para minha grande dor de coração, a J.K. achou que seria um inovador plot twist lançar dúvidas sobre a grandeza e seriedade deste brilhante senhor. Custou-me bastante, embora eu, insultando o Harry volta e meia, me tivesse mantido sempre fiel à ideia que construí do velhote. Eu tinha razão, ao contrário do Harry, mas isso não me poupou à leitura de um capítulo no campo do espiritismo em que o Dumbledore aparece e fala e é quase visita de médium (ah! trocadilho engraçado) e em que, mais uma vez, é feita a exaltação das qualidades do Harry até à exaustão, com a agravante aterrorizadora em que o Dumbledore se declara inferior ao puto. Não acho normal. E chora e tudo e desboca-se ali dos seus segredos... Enfim, acho bem que nos dêem um capítulo em que as pontas soltas são explicadas, escusavam era de pôr o Dumbledore tão off-character que me estava a fazer lembrar uma mistura de Professor Trelawney com o Hagrid quando está deprimido. Ainda assim, postos de lado os sustos, confirma-se a genialidade do Director de Hogwarts, confirma-se a excelência da sua mente, da sua capacidade de avaliação de carácter, é de novo realçada a inteligência dos seus planos. És grande, Dumbledore!

E agora falando do meu herói pessoal... Esse grande personagem que os meus putos do ATL gozavam comigo por eu gostar (quando se tem 9 anos, é muito pouco natural gostar-se dos maus da fita... ou dos dúbios, vá lá)... Severus Snape. Eu nunca duvidei dele. Eu tinha fé que aquela passagem para o lado negro tinha muito que se lhe dissesse além das aparências. Mais ainda, se a passagem para o lado negro se confirmasse, eu não queria saber, porque eu adoro o Snape à mesma! Mas foi muito bom, ver confirmado o meu instinto, que agora posso ir sacanamente esfregar nos egos inchados de quem me gozou e falou mal do Snape. Foi muito bom ver o único que alguma vez teve tomates para baixar a bolinha ao Harry ser recompensado por isso. Foi muito bom ver o Harry ter um momento em que não era o puto mega-herói, era apenas um puto que de facto estava redondamente enganado sobre uma pessoa, porque não se pode estar sempre certo. O Snape é excelente, apareceu demasiado pouco para o meu gosto e exigência, mas esteve em grande e merece todos os louvores possíveis. Ele é, na sombra, no sofrimento, na dureza das suas tarefas, o verdadeiro e marginalizado herói desta saga. Eu dou-te valor, homem! A sério que sim!

Ah, ia borrifar-me para as restantes personagens, mas acho que os Malfoys merecem uma nota digna de registo. Eu sempre achei que aquela família tinha potencial e teve! Das cenas mais fortes e bonitas que já li da Rowling! Uma mulher loira, inicialmente não identificada, a baixar-se para sentir o pulso ao Harry, a respiração no pescoço, uma pausa... "O meu filho?" Lindo. Narcissa Malfoy é do melhor.

Os Weasleys pouco ou nada apareceram, as gentes da Ordem também. A Bellatrix prometeu mais do que cumpriu. O Neville cresceu brilhantemente e o que eu não dava para se ter visto maior destaque da Luna Lovegood na saga!

Quanto às mortes... Bem, não chorei baba e ranho por nenhuma. Eu estava convencida que o Harry ia morrer, mas a J.K. lá se livrou de escrever Harry Potter and the Honeymoon doutra maneira. Fiquei muito triste com a morte do Dobby e todos aqueles momentos do funeral. A morte do Fred também foi pesadota, principalmente quando, parágrafos antes, ele estava a rir e divertido com o Percy, recém-aceite na família depois de anos de estupidez crónica.

Para terminar esta coisa comprida, vou falar do epílogo. Como já deve ter dado para entender pelas minhas preferências pessoais, eu não sou dada a clichés e a adorações de personagens para os quais a maioria tem queda. Como tal, ler um epílogo de "19 anos depois" com toda a gente casada e com filhotes... Pah, wtf?! É que, para cúmulo, a única coisa que se percebe é que X se juntou com Y e pariu filhos com tais nomes! Não se entende que fizeram eles da vida, o que são agora, como ganham a cheta, nada! Monumental anti-clímax depois daquele fogo-de-artifício todo da 2ª metade do livro! E, já agora, o Harry tem um puto chamado Albus Severus? E homenagem ao Sirius, não? Se há coisa lamechas e barata é dar aos filhos nomes em homenagem a terceiros. Que são os filhos todos do Harry, portanto, a Ginny não teve voto na matéria.

Bem, isto deve parecer que eu odiei o livro, mas não, não se deixem enganar pela fogosidade dos meus parágrafos! Gostei do livro, sim senhora, só não achei que fosse uma obra-prima. Mas Potter é Potter e dá sempre boa e viciante leitura, por isso é para ler e comprar, que vale a pena ter a saga à mão.

Peço desculpa pelo post comprido e algo confuso e incoerente, mas foi o que foi saindo. Tenho a sensação que me esqueci de mencionar algumas coisas, mas pronto, não pode sempre sair tudo perfeito.

MJNuts

Nota: optei por pôr os nomes dos livros em inglês, porque ainda não há título português para este último. Não foi um golpe elitista de uma louca pseudo-intelectual. x)