Saturday, October 2, 2010

Florence+The Machine

Vou explicar como decorre o processo que, geralmente, me faz apaixonar por uma música. Primeiro, a melodia tem de me cativar. Tem uma qualquer sonoridade que me atrai e me faz querer ouvir aquilo mais vezes. Segundo, enquanto estou ocupada a deliciar-me com a sonoridade, há um qualquer verso que me chama a atenção e me faz pensar que a letra daquela música tem potencial de fixeza. Após isso, se a melodia associada ao verso fixe me atiçar a curiosidade, vou procurar a letra na net. Neste momento do meu percurso "amoroso", duas coisas podem acontecer: ou a letra da música é excelente e eu me rendo de vez ou então a letra desilude-me e a música que inicialmente era causa de vício, perde um pouco do seu encanto.

E estou a contar-vos isto porquê? Porque, das primeiras vezes que ouvi Florence+The Machine, a música que me era presenteada era a You've Got the Love, que me custou e muito a gostar. Mas, passado o Verão inteiro, lá aprendi a apreciá-la e, juntamente com a Dog Days Are Over, fez-me ter curiosidade de conhecer melhor o trabalho da artista. Que foi o que fiz, muito recentemente. A senhora já nem anda tão na berra nem nada, cheguei atrasada à adoração, enfim.

Contudo, para minha surpresa, e apesar do pouco tempo de audição, as músicas da Florence revelaram expressar uma parte de quem sou. Se a Tori Amos expressa as obscuridades da minha psique e a Lady Gaga, enquanto artista, me fez valorizar muito mais o género feminino e acreditar na sua força, a Florence veio trazer-me luz sobre a minha forma de estar num aspecto particular da minha vida...

There's a drumming noise inside my head
That starts when you're around
I swear that you could hear it
It makes such an all mighty sound


I took the stars from my eyes, and then I made a map
And knew that somehow I could find my way back
Then I heard your heart beating, you were in the darkness too
So I stayed in the darkness with you


I'm going out
I'm gonna drink myself to death
And in the crowd
I see you with someone else
I brace myself
'cause I know it's going to hurt
But I like to think at least things can't get any worse


Seems that I have been held in some dreaming state
A tourist in the waking world, never quite awake
No kiss, no gentle word could wake me from this slumber
Until I realized that it was you who held me under
(...)
No more dreaming like a girl so in love, so in love
No more dreaming like a girl so in love with the wrong one


A Florence expressa demasiado bem a minha forma de ser e estar no amor... E ouvindo estas canções que não devem nada à fabulosidade musical, não consigo deixar de me sentir perturbada por ser assim. Por sentir tão intensamente, por me entregar tão completamente, por me deixar consumir tão absolutamente, por dar tanto e estupidamente nunca pedir nada em troca, uma e outra e outra vez...

Já chega.

Mas Florence+The Machine vale bem a pena, musicalmente falando, por isso aqui fica o conselho.

MJNuts (presenting Drumming Song, Cosmic Love, Hurricane Drunk, Blinding)

3 comments:

Pintas nos Olhos said...

Love it, love it , love it! :D

Engraçado descreveste bem o processo de apaixonar por um música a mim acontece exactamente o mesmo, primeiro a melodia, e depois aquele verso que se destaca, seguido da pesquisa na net lol. Tal e qual ;)

Afrodite said...

Para mim o amor também costuma ser assim, uma entrega completa que geralmente me consome. Embora não saiba se para a próxima a entrega será assim... pelo menos tão rapidamente.

Obrigada por o meu espaço se ter tornado um sótão amigo :)

Dora said...

Há meses que oiço Florence e gosto muito. O You got the Love é o toque para a minha avó e o Dog Days are Over é uma música que se devia de ouvir todas as manhãs!