Friday, October 31, 2008

Boicote a S. DARKO

Se não conhecem a obra-prima de Richard Kelly, Donnie Darko, deviam apressar-se a conhecer. É um filme único, diferente de todos os outros em todos os aspectos, especial pela forma como a personagem principal é caracterizada, brilhante pelo caminho escolhido para explorar o tema.

Este grande filme de 2001 teve o seu sucesso, mas não foi nada que foi por aí além. Pelo menos em Portugal, não são todas as pessoas que encontramos na rua que ouviram falar daquela personagem peculiar que Jake Gyllenhaal tão bem encarna. Com postais, um mega poster e uma figura do amigo imaginário do Donnie Darko - o Frank - sou um fã incondicional desta grande história, que conta também com uma banda sonora primorosa.

Mas isso agora não importa. Importa, sim, que parece que está a desenvolver-se um projecto para 2009 que consiste numa sequela desta preciosidade. S. Darko (Samantha Darko). Para quem viu o filme, sabe que esta personagem é a irmã do Donnie Darko; para os outros, fiquem a saber que a importância desta personagem não é necessariamente relevante. Mas isso também não importa. O que importa é que existe um nobody (isso mesmo, um nobody!) que quer dar continuação a uma obra da história do cinema! Que pensa ele que está a fazer?! Ninguém quer saber da irmã que vai para Los Angeles e tem visões do terror com a sua melhor amiga!

Não acredito nem um pouco que o filme seja algo perto do interessante. Ainda para mais, quando não existe nenhum envolvimento dos criadores originais da ideia. O meu grande medo é que esta maldita sequela tenha um sucesso comercial patético que desperte o interesse da gentalha que por aí anda, que acabará por estragar toda a magia que é Donnie Darko! Tal como aconteceu com o Saw! Perdoem-me se estou a ser bruto ou precipitado, but that's just how I feel.

Juntamente comigo, tenho o apoio de imensos fãs do filme original, que andam até a demonstrar o seu horror com vídeos no YouTube. Meus caros amantes de cinema (especialmente os que gostam deste filme), façam o que estiver ao vosso alcance para destituir este projecto!

But what can we do?


Guess

Partilhar Coisas Boas

O que é bom é para partilhar!

E eis que me deparo, nesta semana feliz, com esta maravilha gritantemente pouco visitada! Que se passa com vocês, pessoas nascidas antes dos 90? Chama-se
Desenhos Animados - Vem recordar os êxitos da TV portuguesa e é tudo o que uma pessoa que mantém a criança dentro de si viva pode desejar! Já está nos links que o Tretas aconselha a visitar, mas não pude deixar de gritar mais publicamente que o vão ver, porque merece a nossa atenção!

Do Babar ao meu guilty pleasure especial Galinha e La Minute, passando pela Rua Sésamo e sem esquecer essa maravilha da personificação que são os
MotoRatos de Marte! (sim, eu via isto... How sad was I?) Há tanta recordação ali capaz de nos puxar o sorriso!

Não posso deixar de referir uma série da qual se fala lá e que foi muito importante na minha infância... A Madalena. Lembram-se dela?

Sou Madalena, a Madalena
A miúda mais valente!


Eu era esta miúda! Era das mais pequenas da minha turma, andava num colégio de freiras... E no entanto, era a mais esperta e mais reguila! Todos os dias, eu parava em frente à televisão, a ver as aventuras da Madalena, a sonhar como seria viver naquele casarão e ver a Torre Eiffel nos passeios da escola... E identificava-me bastante com aquela relação dela com a Miss Clavel... Afinal de contas, eu vivia rodeada de freirinhas que se viam gregas para dar conta do recado!

Ah, boa vida... Ser pequena era excelente! Mas não me posso queixar do que crescer me tem dado.

Entretanto, este blog, sabe-se lá porquê, tem nos seus links o
Onda Choc Blog, o que me fez lembrar da minha panca pelos putos metidos a fashion da minha infância. Panca essa que faz precisamente um ano algures entre Setembro e este mês! Lembras-te, Guess? Até que tenho saudades de ouvir estas poucas-vergonhas no rádio do carro...

Anyway, feliz Dia das Bruxas para todos!


E um feliz HalloWEen para mim!

MJNuts

Tuesday, October 28, 2008

Fingersmith


Dei com esta maravilha da imagem real algures pelo mundo cibernético, numa lista de filmes com revelações surpreendentes. A descrição da autora dessa lista suscitou-me interesse suficiente para que tentasse arranjar o filme... pelos meios *cof* legais mais rápidos.

Tecnicamente, não é bem um filme. É uma minissérie da BBC, de 2005, baseada na obra homónima de Sarah Waters, que na altura passou dividida em 3 episódios, cada um com 1h. O DVD que se vende nos estrangeiros, tem a história dividida em 2 partes de 1.30h cada.

Não posso falar muito sobre o filme, pois corro o risco, precisamente, de estragar essas tais revelações que lhe garantiram lugar na lista. O que tenho a dizer, antes de resumir com tal contenção que se chegar a 5 linhas é muito, é que esta película de Aisling Walsh me deu vários momentos de "OMG! Quero ver mais! Quero saber tudooo!" como pensava eu que só Lost conseguia...

Resumidamente, a história é sobre duas mulheres na Inglaterra Vitoriana. Uma de classe alta que vive condicionada à grande casa de campo do seu tio e outra, do povo, que se une a um vigarista no sentido de privarem a dama da sua herança. Simples? Ah, mal sabem vocês as voltas que esta coisa dá!...

Acredito que ainda haja muito deslumbramento no meu discurso, mas por ora, no calor do momento, acho que posso colocar este filme na minha lista de preferências e sem dúvida que um dia o vou rever. Aconselho vivamente!

MJNuts

Monday, October 27, 2008

Quero Ir à Feira-Popular Com a Vida

Este post de cariz mais pessoal, vem na onda da mesma corrente intimista que anda a afectar alguns posts deste sotão em prole, no fundo, de um mesmo tema. Também eu estou a apoiar a minha vizinha morcega para concretizar os objectivos que ela enunciou. Seja como for, há sempre tretas para falar.

Percebi que não tenho medo de morrer. Tenho medo que a morte seja lenta e previsível. Tenho medo de envelhecer. Receio começar a perceber a dada altura da minha Vida que já não há tempo suficiente para fazer tudo aquilo que planeara fazer. Que ainda não tenha encontrado a minha home.

Certo dia, perguntei a duas senhoras já de idade como era envelhecer; se lhes custava. A resposta imediata delas foi que não custava se soubessemos envelhecer e aceitar aquilo que a Vida nos traz. Algué me ensina a envelhecer ou é algo que irei aprender? Aceitar aquilo que a Vida me traz?! E se a vida me traz cenários que a mim não me satisfazem? Não quero ficar sentado numa cadeira à espera das oferendas da sábia Vida. Quero agarrá-la, mexer em tudo o que ela tem nos bolsos, pular em cima dela, jogar à apanhada, ir à feira-popular e, no fim de tudo, abraçá-la com tanta força que não terá fôlego para me falar sobre tudo aquilo que fizemos. Não quero que haja tempo para recordar.

Que será de mim daqui a uns anos? Estarei eu sentado com a Vida a falar sobre o que almocei ontem e o que irei jantar hoje? A ideia assusta-me. Mas também sei que ter medo não é uma qualidade que faça parte do homem positivo que prometi ser. Acho irónico o meu irmão ter no quarto aquele poster sarcástico do Trainspotting. Por vezes, penso se gostaria de ser como ele. De ter vontade de formar uma carreira profissional e, a ela, juntar-lhe a casa, as outras casas, os cães, as férias. Seria suficiente? Se calhar ajuda quando amamos alguém e somos amados reciprocamente. Deve de ser algo que alimenta em grande parte o nosso contentamento (não?). Malditas pessoas desinteressantes.

Ainda tenho um pequeno hábito que ganhei quando era pequeno e dormia no mesmo quarto que o meu irmão na velha casa de Massamá. Ele procurava sempre debaixo da minha cama e da dele a presença de algo que não deveria lá estar. Era um acto de protecção. Hoje, já durmo sozinho e ainda olho todas as noites, pelo menos, naquelas em que o gavetão por baixo da cama é retirado, para baixo da mesma para comprovar que não se encontra lá nenhum monstro. A ausência de um provoca em mim algo a que sempre chamei de alívio, mas agora penso que se trata simplesmente de um vazio. Lá no fundo, eu preferia que lá estivesse um monstro ou um escape ao acto de ir, mais uma vez, para a mesma cama. Algo que passasse a ser contínuo, mas sempre de formas diferentes para não cair numa rotina. Algo que não iria recordar porque seria constantemente substituído por uma sucessão ainda mais gigante.

Por vezes, assusta-me quando olho para a minha mãe e reparo naquilo que a sua vida se tornou. Custa-me ver os pequenos momentos de felicidade dela, as pequenas escapatórias, que duram apenas até a rotina a tornar a chamar. Eu sei que acabo por ser algo que a prende. Uma componente que lhe traz felicidade por tanto amar, mas que, ao mesmo tempo, resulta na sua miserável prisão. Eu sei que sim. Ela quer fugir, mas sente que não pode. Por mim, por nós. Quero poder sair e dar-lhe uma opção livre das obrigações que sou. Quero dar-nos aos dois liberdade. Ambos queremos isso. Não quero que se torne tarde para ela. Não quero ver-me no lugar onde ela está. Nunca.

Alvin Straigh (The Straight Story) disse que a pior parte em envelhecer é lembrarmo-nos dos tempos em que éramos jovens.


Guess

Às vezes sinto uma inutilidade tão grande no meu trabalho, que nem te passa pela cabeça - Mãe.

Tuesday, October 21, 2008

Porções de Humanidade V





















Visto que a minha colecção já vai agora em 1000 postais... Não faz mal postar 20 por mês. Quando me vais deixar fazer o PostSecret português, Frank Warren?

MJNuts

Monday, October 20, 2008

Tempestade de 18 de Outubro de 2008

Para aqueles a quem esta terrivelmente bela tempestade de 18 deste mês passou ao lado, gostava de partilhar a minha memorável experiência. Andava eu à cata de aventura e aventura tive eu. Ou melhor, tivemos nós.

Fiz 19 anos no dia 13 de Outubro e, pela primeira vez em 7 anos, decidi voltar a fazer uma festa oficial em que convidei os meus amigos para um belo serão de divertimento. Mal sabia eu que no mesmo dia em que planeara celebrar o meu aniversário, uma tempestade jamais prevista iria virar Lisboa do avesso. Somando a isto, parece que a tão poderosa tempestade foi bastante localizada, concentrando toda a sua ira e magnitude na zona de Sete Rios e Praça de Espanha. Ora eu, sempre fiel ao meu querido Jardim Zoológico, achei que seria engraçado se a celebração lá ocorresse...

A manhã aparentava uma quietude e serenidade pouco valorizadas. Mal se notava a menor brisa e um calor abrasador procurava dizer-nos que o dia estava belo demais, quando tinha sido prevista chuva miudinha para a parte da tarde.

A catástrofe rompeu sem darmos por isso. Numa questão de minutos, grandes aglomerados de nuvens negras cobriram toda a área do Jardim. Começou a cair uma chuva significativa e a minha decisão e dos meus camaradas convidados foi a de correr para casa de banho que se encontrava ali perto. A chuva parou. Pronto, já passou a chuva miudinha, presumi eu na minha negligência e ansiedade de festa. Ordenei que prosseguissemos a nossa marcha, mas, assim que nos colocámos a caminho, uma forte chuvada começou a cair sobre nós. A chuva era grossa e caía com uma agressividade e continuidade de pasmar. Uns correram para uma porta fechada e encolheram-se todos por baixo da ombreira, outros esconderam-se por baixo de folhas de palmeiras e outros ainda começaram a correr em círculos sem saber o que fazer (eu insiro-me neste último grupo).

Felizmente, deram-nos abrigo nos bastidores das aves e lá recuperámos parte do fôlego perdido, enquanto decidíamos o que iríamos fazer. Após alguns minutos, e apesar do descontentamento gerado por alguns, achámos que o melhor seria utilizar uma cobertura de plástico poeirenta e com algumas teias de aranha, que encontrámos num canto daquela humilde barraca, que pingava litros de água por aquele tecto (pobres bichos). O plano era estúpido, mas a verdade, é que ninguém tinha a verdadeira noção do quão violenta estava aquela tempestade que assombrava toda aquela zona.

Quando saímos dos bastidores com as pessoas mais altas a segurarem as pontas do plástico sobre o conjunto de 7 pessoas que se concentrava no centro a pingar de medo, percebemos que a chuva era mais forte que aquilo que podíamos suportar. Começámos a desistir progressivamente. Uns começaram a correr, adiantando-se no caminho e motivando outros elementos do grupo a abandonarem aquela arca de Noé cheia de buracos. O grupo dividiu-se em 3 e, após outros detalhes controversos por entre as pedras de granizo consideravelmente grandes que começaram a cair, o gupo reuniu-se todo no interior da casa de madeira da Foto-Zoo à saída do Jardim.

Lá, estavamos em pânico. Um pânico sempre com um cariz cómico porque toda aquela situação era deveras surreal. Enquanto uns espremiam as roupas, outros mantinham os braços afastados do corpo e as pernas abertas para não sentirem o gelo que os abraçava. Após discussões e gritos controlados, o melhor que achámos fazer foi abandonar aquele local, pois cada vez mais se formava um enorme rio em torno da casa. Os esgotos estavam entupidos e era apenas uma questão de tempo para a água nos alcançar os joelhos. Pelo menos, assim o achávamos.

As traseiras foram o local escolhido para a escapatória, onde um canteiro impedia uma proximidade tão directa com a água. Saltando de abrigo em abrigo, atravessando correntes e rios que inundavam todo o recinto do Jardim Zoológico, conseguimos alcançar a saída para a estrada onde o caos estava à vista de todos. Havia pessoas agarradas aos portões para evitar atravessar a água, carros parados com as rodas cobertas pela água...

"Numa questão de minutos, a água entrou no restaurante como se fosse uma torrente. Nem tivemos tempo de trazer os telemóveis ou as malas. Foi uma grande aflição. Tínhamos a casa cheia de clientes. Velhos e crianças tiveram muita dificuldade em sair já com a água pela cintura. Agora foi pior do que em Fevereiro deste ano",

A chuva parou. Aquilo que durou pouco mais que uma hora tinha deixado a cidade de Lisboa num autêntico caos, que se via nos rostos vazios das pessoas que atravessavam as águas da cidade.

Uma calma fria e silenciosa pousou lentamente sobre Lisboa. Como se tudo tivesse sido lavado e a cidade tivesse ganho uma nova beleza.

Eis um vídeo com imagens chocantes e perturbadoras relativas ao dia da tempestade. Não o aconselho a pessoas com uma sensibilidade extrema sobre catástrofes...




Para informações mais a sério sobre este acontecimento, vão a esta página.

Guess

A MJNuts terá, com certeza, mais histórias para contar relativamente a esta tarde. Também ela se encontrava no Zoo, mas não estava com o grupo quando a tempestade começou. A nós só se juntou mais tarde.

Art is in the eye of the beholder

Cá venho eu então responder ao apelo da companheira morcega, aumentando os posts deste ano.
Aproveitando a onda mais ou menos melancólica e contemplativa dos meus colegas da Treta, deixo-vos o link para um outro blog, mais artístico e sério que este. A minha vontade era de pôr logo aqui as imagens todas que gostei, mas não só entupia isto de pixeis como temo quebrar alguma regra de direitos de autor e distribuição, portanto... fica a publicidade!

No Light My Life, queria chamar a atenção para o último post, de 25 de Setembro. A primeira foto de todas deve-vos captar a atenção suficientemente bem :p

E, num tom mais alegre, este vídeo é para aqueles dias em que só apetece dizer F***-SE!! E claro que as minhas boas intenções bloggistas foram novamente malogradas e eu vejo-me obrigada a dizer-vos o equivalente cibernético ao «Vai buscar», dando-vos o link (ici, mon chéres!) em vez de pôr logo aqui o vídeo... Oh, well...

Enjoy!

Giovanna

And Babies All I Want for Christmas is Yous

Ora bem... Para o que resta deste fantástico 2008, tenho dois desejos referentes a esta banca de Tretas...

Um diz respeito aos meus companheiros de escrita, o outro diz respeito a vós, amigos leitores, sem os quais não existiria sequer este blog (ou esta amostra de). =)

Em 2007, e visto que o blog nasceu a 7 de Janeiro desse ano, postámos 65 vezes. Não é muito, mas também não é assim tão pouco e com certeza alguns desses posts serviram de bom entretenimento a quem por acaso cá poisou as orbes. Por isso, humildemente, gostava que vocês, Giovanna e Guess, me ajudassem a atingir até ao fim deste ano os mesmos 65 posts e, se possível, porque não ultrapassar essa marca?x) Eu cá vou tentar arranjar tretas para dizer! Com a quantidade de séries que tenho visto não deve ser difícil... *rolls eyes*

O meu outro desejo de 2008 - e aviso desde já para o laivo de megalomania que se apresenta - é que, até à meia-noite de 31 de Dezembro de 2008, o Tudo Tretas consiga conhecer a simpática marca de 20.000 hits. Em 2 anos, parece-me uma boa quantia de visitas para se ter (tecnicamente, um ano e meio, porque só fomos apresentados às maravilhas dos contadores alguns meses mais tarde) e far-me-ia muito feliz ver o número redondinho na altura de vir espreitar o estaminé.lol

E pronto, bem-vindos ao que certamente será o post mais parvinho e superficial e menos interessante do Tretas, tanto que até cedi às tentações dos smiles e das abreviaturas/expressões à la MSN, mas não conseguia deixar de exprimir estas vergonhosas vontades que me assolam! *blush*

Espero poder contar com o vosso apoio, apesar do ridículo da coisa. =)

MJNuts

Sunday, October 19, 2008

Mas o Que é o Horizonte, Afinal?

Este é um post de resposta ao post Horizonte da MJNuts.
A verdade é que não consigo evitar sentir o mesmo que tu.

Desde que regressei daquela viagem, daquela estranha e tão necessária viagem, que não consigo evitar sentir aquela ânsia perturbante que nos impede de manter a perna quieta. As memórias são de tão longe. Parece tudo tão distante.

Não acerto com aquilo que quero comer, não consigo decidir que filme é o melhor para uma simples tarde, não percebo porque é que me encontro na Escola Superior do Teatro e Cinema desde as 9.30 da manhã até quase às 8 da noite. Não compreendo como é que as ruas, de repente, têm uma beleza mais cativante que a minha casa. Não sei porque é que já não sei responder às perguntas dos meus pais. Porque é que já não canto tanto? Pobres Corações Infelizes. O meu quarto é muito pequeno. Porque é que só existe linha de comboio entre a Amadora e a Gare do Oriente?

Procuro acalmar a minha inquietude em versos de músicas ou nas partituras de J. Strauss. A bateria do meu MP3 acaba muito rapidamente. Eu consigo dormir bem, mas não acordo onde quero. Tenho que abrir todos os dias os estores do meu quarto sempre à mesma hora depois de tomar banho. Afinal gosto de janelas sem estores.

Também eu me vejo a contemplar um horizonte distante que quero atingir. Mas o que é o horizonte, afinal? É uma linha imaginária que se afasta progressivamente à medida que nos aproximamos dela.

"I'll meet you in an hour at the car."

Guess

Listening to "Have to Drive" - Amanda Palmer

Thursday, October 16, 2008

Horizonte

Desde há dias que sinto uma inquietação em mim... Não é nada de especial, mas incomoda.

É uma insatisfação latente. Uma impaciência. Nada é suficiente. Algo me foge por entre os dedos.

"I wish I knew how to fly... Fly away... From my life, from myself... Until I disappear..."

A comida já não sabe assim tão bem. Não apetece comer. Nem sei o que comer.

Levantar de manhã não custa, porque já há muito os olhos abriram sem o despertador ter tocado. Há um arrastar de gestos matinais rumo ao mesmo destino. Todos os dias.

As conversas são agradáveis. Amainam o espírito inquieto. As pessoas ocupam a mente de outra forma distraída. Mas os olhos às vezes perdem-se, focam-se num horizonte nunca atingido.

“Satã, assim relegado para uma condição vagabunda, errante, instável, não tem paradeiro certo; pois embora possua, em consequência da sua natureza angélica, uma espécie de império sobre os desertos líquidos e os ares, faz certamente parte do seu castigo que ele não disponha... de qualquer lugar ou espaço fixo onde descanse a planta dos pés.”

Não consigo descansar. Não consigo contentar-me. Mas ainda não estou preparada.


"Tu és solta e viva e vadia e gostas de tudo e não gostas de nada... Passas e deixas aquele ar fresquinho, mas não tarda nada já foste para outra."

MJNuts

Obrigada pelos teus braços que me apertam e pelos teus olhos que me sorriem... Serenidade.

Wednesday, October 15, 2008

Red Bull

Can you make it?



Yes, we could make it, you morons!!!

Bah. Fiquei mesmo chateada! TÃO íamos conseguir fazer isto na boa!

Oh well, para o ano tenta-se outra vez...

MJNuts

Tuesday, October 14, 2008

30 Rock & Eli Stone

Isto em dias em que a minha vida é um vazio de quase tudo, sobra espaço para o sempre bom hábito de ver séries no PC. Hábito esse muito cultural, mas que às vezes me rouba preciosas horas de sono. Como ando numa de novas experiências, porque não experimentar séries que nunca tinha visto e que agora andam na berra? E ganham assim Emmys aos molhos e tudo. Na verdade, mereciam posts separados, mas assim fica já tudo despachado.


Pois é. 30 Rock foi uma surpresa para mim. Até esperava achar uma certa piada e divertir-me, mas adorar? Isso foi inesperado! Nunca fui muito dada ao género cómico. Mas é impossível não me apaixonar pelas trapalhices de Liz Lemon, pelo carisma de Jack Donaghy ou pelos amigos grandalhões de Tracy Jordan.

30 Rock centra-se na vida dos trabalhadores de TGS with Tracy Jordan (que era apenas The Girlie Show antes da vedeta se lhe juntar). A protagonista é Liz Lemon, chefe da equipa de argumentistas, e a ela se juntam personagens hilariantes como Kenneth, o page da NBC (não sei como andam a traduzir isto para português, literalmente seria pagem); Tracy Jordan, o actor famoso e tresloucado que veio para salvar o programa, mas também para o pôr em sarilhos; Jenna Maroney, a actriz egocêntrica e fútil que acha que a sua sexualidade é solução para tudo; Peter, o produtor careca com problemas familiares; ou Frank, o argumentista preguiçoso cujos bonés me causam sempre um sorriso. Claro, e o irrepetível Dr. Spaceman, que é um médico ainda menos ortodoxo que o House!

Ah, e não me posso esquecer de referir que esta série tem uma coisa que eu acho deliciosa! Provavelmente não me vou conseguir explicar, mas pronto. Estão a ver séries como os Simpsons ou Futurama? Em que há um desenho que aparece inúmeras vezes, mas sempre com papéis diferentes? Ora é agricultor, ora é homem das obras, ora é canalizador... Tenho em mente o homem gordo de fato-macaco de Futurama e o alto e magrela dos Simpsons, que tem a franja a tapar os olhos. Bem, espero que tenham percebido a ideia. Porque o pormenor que eu mais adoro em 30 Rock é que há uma actriz que tem esse papel! Esses papéis! Ela já foi dona de gatos, médica, jornalista... É genial!

Todas as personagens de 30 Rock são fabulosas e me têm a seus pés. Sim, claro que tenho as minhas preferências, mas não há uma única que não goste! Tenho de sublinhar a prestação fabulosa de Alec Baldwin como Jack Donaghy. Eu não era fã do actor, aliás até tenho um certo desdém pelo clã Baldwin em geral, mas não pude deixar de me render a esta interpretação. Desde aquele vozeirão estilo "sou o maior e a minha voz apenas publicita a minha superioridade", ao cabelo sempre magnificamente arranjado e cortado de 2 em 2 dias (porque o cabelo dá a nossa primeira impressão), passando pelas ideias loucas para dar lucro à empresa e pelas lições de vida que tenta ensinar a Liz ou a Kenneth. Eu adoro assim muito assolapadamente este personagem!

A Liz, sem grande concorrência no que diz respeito a protagonismo feminino na série, é alguém que me diz muito. Identifico-me um pouco com ela. A falta de preocupação com a roupa, o vício no trabalho (ou pelo menos a incapacidade de nada ter para fazer), o espírito criativo que não reage lá muito bem a trabalhos fora dessa área. A Liz é uma fofa! E a química dela com o Jack Donaghy, quase sempre no campo da amizade e roçando muito raramente a tensão sexual (coisa invulgar nos dias televisivos de hoje!), é algo digno de deleite.

Devo dizer que já há muito ouvia falar de Tina Fey sem lhe conhecer o trabalho e agora sim, sou fã. Grande senhora, merece tudo! E é gira também!

Numa nota final, dizem as más e bastante realistas línguas que 30 Rock se baseia nos tempos em que Tina Fey foi argumentista no Saturday Night Live. Pois o que eu tenho a dizer é: se os bastidores do famosíssimo SNL são assim, para quê perdermos tempo a ver os sketches?


Num campo mais pessoal, Eli Stone é uma daquelas séries que, mais do que gostar, me diz muito, muitíssimo. Como My Name is Earl. Como Ally McBeal me disse nos tempos de adolescente.

Já que toquei com o dedo na ferida, Eli Stone é muito comparada a Ally McBeal pela crítica. Firma de advogados abordada sob uma luz menos pesada, um dos advogados tem umas visões estranhas, há uma certa comédia nestes acontecimentos... Não tem Boston, mas tem San Francisco. Há muita música, também. Sim, Eli Stone tem um pequeno toque de Ally McBeal. O que não lhe tira, de todo, o muito mérito que tem.

Voltando ao princípio, a série centra-se num advogado que subitamente descobre que tem um aneurisma inoperável no cérebro. Aneurisma esse que tinha ceifado a vida do pai. Associadas a esse aneurisma, vêm visões de coisas aparentemente inexplicáveis e que Eli tem de aprender a compreender. Podem ter a ver com os casos que está a trabalhar ou com decisões que tem de tomar na sua vida pessoal. Ou com nada disso e ele que se oriente. Antes do aneurisma, Eli era um advogado sem escrúpulos, que gostava de trabalhar casos com muitos cifrões envolvidos. O Eli do pós-aneurisma é alguém que se preocupa com as pessoas e as suas causas, que quer ajudar.

Jonny Lee Miller vai muito bem como Eli Stone. Ao contrário de Ally McBeal, que muitas vezes era aborrecida e o grau de aborrecimento aumentou progressivamente, Eli Stone é um homem com quem se simpatiza sem grandes dificuldades. É muitíssimo inteligente, mas meio pateta também. A sua luta agridoce com o aneurisma traz-nos sorrisos e por vezes consegue comover. Eli é muito humano, algo que sempre me deixou rendida em personagens, sejam eles de séries, livros ou filmes. Ah, e Miller é o dono do crânio mais fofo de sempre! Nada me deixa mais aconchegada do que a musiquinha de 2 segundos do genérico com o Eli visto de costas à la quadro de Magritte.

Mas pronto, a série não é só o Eli e tem personagens que eu gosto bastante. Mais uma vez, como em 30 Rock, não há propriamente nenhuma que não goste. Tenho noção que a menos preferida é a Taylor, mas a personagem até que está bem construída e, ao contrário do que eu previa inicialmente, fugiu ao estereótipo de gaja cabra que depois de saber da doença do namorado lhe dá com os pés.

Vou dar destaque ao senhor que eu provavelmente mais respeito na televisão que vejo nos dias de hoje: Jordan Wethersby. Interpretado por Victor Garber (o pai da Sidney de Alias), Jordan é o dono da firma onde grande parte da acção se passa. Um homem de postura calma, impenetrável. Acima de tudo, um homem com princípios e cujos sucessos não o impediram de ver o mundo claramente, de dar o devido valor a quem o merece. Além de que canta muito bem.

Temos também a Patty, a melhor assistente da história das séries de advogados (adoro a relação que ela tem com o Eli!). O amigo acupunctor versus o irmão neurologista. E claro, como não podia deixar de ser, a parafernália de colegas advogados que são bem fixes.

Numa atitude sem precedentes nos meus posts sobre séries, vou aqui falar de 2 guest stars muito peculiares! Antes de mais, a presença constante de George Michael! Eu não era fã, continuo sem ser, mas adoro o cantor na série! Não é lá grande actor, mas tem timings perfeitos. E pode não aparecer sempre, mas o seu nome é dito em todos os episódios, para não falar que os títulos dos episódios são, precisamente, títulos de canções do músico. Excelente!

A outra guest star que mereceu a minha atenção foi Katey Sagal... Podem não estar a ver quem é, mas eu estou, até bem demais. Depois de me habituar à sua Helen (o amor da vida de Locke, de Lost) e à sua (e minha) mui amada Leela de Futurama, foi muiiiito doloroso suportar a cabra que ela interpreta em Eli Stone. Eu estava, literalmente, agarrada aos ouvidos porque não conseguia tolerar a voz meiga a que tanto me habituei a dizer tais barbaridades. Katey Sagal num registo diferente. Muito boa actriz, muito bem conservada para a sua idade.

Acho que é praticamente tudo. Os casos legais da série são interessantes, alguns até marcantes. Gostei bastante do de um presidiário que está a cumprir pena apesar da sua inocência e que não desiste, mesmo com todos os pontapés que a Vida lhe dá diariamente. "Live brave". Não pude deixar de me comover com a reunião de 2 chimpanzés machos com comportamentos gays, separados devido à acção de uma fasquia conservadora no Zoo local. Muitas amostras da humanidade de todos nós.

Aconselho. Com carinho. A quem, como eu, gosta quando algo lhe toca o coração.

MJNuts

Thursday, October 9, 2008

Homeless

There is a house built out of stone
Wooden floors, walls and window sills
Tables and chairs worn by all of the dust
This is a place where I don't feel alone
This is a place where I feel at home

Cause, I built a home
For you
For me

Until it disappeared
From me
From you

And now, it's time to leave and turn to dust

Out in the garden where we planted the seeds
There is a tree as old as me
Branches were sewn by the color of green
Ground had arose and passed it's knees

By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me

Cause, I built a home
For you
For me

Until it disappeared
From me
From you

And now, it's time to leave and turn to dust

The Cinematic Orchestra - To Build A Home

E agora? What do we do when we don't know what to do?


MJNuts

Wednesday, October 1, 2008

Antes de Morrer

Ora bem, isto até que me fez lembrar a Bucket List que a Nia postou no seu blog e que eu até comentei...

Mas eis que a Aurora responde a um desafio sobre 8 coisas que quer fazer antes de morrer e me desafia a fazer o mesmo... Por isso, tem de ser. Sem ver os comentários no outro blog que é para reparar no instável que sou.

- Viajar! Viajar muito! (até podia escrever isto 8 vezes, basicamente)
- Ver os episódios todos de Lost até ao final da última temporada (era muito mau morrer antes disso, bolas!)
- Fazer mais uns... 30 turnos de ATL! Ou mais que isso! O máximo possível!
- Viver uma temporada no estrangeiro
- Ir a Amesterdão uma vez por ano (mushrooms!)
- Ser feliz. Hum... Continuar feliz!
- Não ter segredos para NINGUÉM.
- Fazer feliz quem amo.

E é isso. No big deal.

Alguém quer fazer? K1111? PP? Colegas das Tretas? Anyone?

MJNuts