Saturday, June 30, 2007

O Download Não Autorizado É Ilegal

Vou supor, para o bem da minha própria sanidade mental, que toda a gente que por sorte ou azar do destino visita este espaço cibernético megalómano, já foi ao cinema na sua vida. Na sua vida recente. Digamos, de há uns 4 anos para cá.

Ora bem, conhecem aquele sketchzito simpático, com grandes detalhes de edição e mensagens subliminares poderosas. Aquele em que contam com a nossa boa fé de pessoas honestas e dedicadas aos mandamentos católicos e nunca lhes ocorreu sequer que poderia haver um ladrão de carros na sala que se fica certamente a rir na "cara" do anúncio.

Este aqui:



Ontem, depois de algum pensamento sobre o assunto (muito vago e certamente desprovido do sentido de poupança), resolvi dirigir-me à ****** (sorry, não me pagam pela publicidade, também não a levam!) e adquirir o pack da 1ª temporada de My Name is Earl. Andava a tomar o gosto à série, o pack não era caro, tinha extras, achei que valia o gasto. E fiquei evidentemente satisfeita com a utilização do espírito consumista ocidental para tão gloriosa compra!

Eis que chegam as más horas de depois da meia-noite, em que toda a casa dorme... Muito satisfeita, pego no pack como se fosse um artigo religioso, com muito cuidadinho, saco o DVD 4 de lá de dentro porque queria ver o inédito "Bad Karma: An Earl Misadventure", meto-o no leitor e, como não podia deixar de ser, estendi-me no sofá à lorde!

Depois do habitual loading (quanto mais moderna a maquinaria, parece que mais lenta fica!), começaram a aparecer imagens associadas a sons. Essa maravilha da tecnologia a que se chama cinema e televisão e afins.

Isto seria tudo óptimo, mas a verdade é que fui bombardeada com mais de 2 minutos de publicidade anti-pirataria! Desde a versão escrita em inglês do sketch acima (do qual só conhecia os ditos em português) a várias passagens de ecrã com publicidade a sites amigos do CopyRight e a sites anti-piratas e anti-download e anti tudo o que sai barato ao consumidor!

Além da seca que levei, não fiquei propriamente satisfeita por tentarem fazer-me engolir aquelas, passe a expressão, tretas todas!

Sou só eu que acho extremamente irónico que seja no cinema que passam a mensagenzinha anti-download? Sabem, no cinema, em que pagamos para estar ali sentados a ver aquilo e a comer pipocas? Mais irónico ainda, nos DVD's! Nos DVD's que compramos pelo puro gosto de ter uma prateleira de filmes ou séries jeitosa!

Vai uma pessoa na sua inocência de cidadão decente, honesto, que adquire *cof*tudo*cof* pelos meios legais, apreciar os produtos do seu consumo e é constantemente bombardeada pelo horror que é tirar uma ou outra coisinha da Internet! Adoraria saber a quantidade de pessoas que souberam da existência de downloads através do aviso simpático. A sério que sim.

Talvez os senhores do copyright devessem pensar em sabotar os ficheiros todos ilegais à espera de ser sacados que por aí andam e porem por lá as suas publicidades anti-download. No início ou no meio deles, para fazer mais efeito. Pode ser que aí faça mais sentido e não passe por gozo às pessoas que efectivamente pagam para ter acesso à cultura.

MJNuts

Saturday, June 23, 2007

Shrek the Third

Como tudo o que faz sucesso, há que fazer render o peixe e voltar às salas com sequela atrás de sequela. No caso específico, nem me importo. Sou das raras pessoas que gostou mais do Shrek II que do original Shrek e agora também gostei mais deste Shrek the Third do que tinha gostado do primogénito da saga.

A história pega no fim do filme anterior. Mais ou menos. O rei Harold agora sapo está às portas da morte e, depois de muitas crises de apneia, acaba por morrer de vez, nomeando Shrek seu sucessor, mas não sem antes dizer que ainda há outro herdeiro ao Trono vivo, de seu nome Arthur.

Shrek parte, com os seus inseparáveis sidekicks Burro e Gato-das-Botas num barco rumo à terra longínqua onde irão encontrar Arthur, mas antes fica a saber que vai ser papá, algo para o qual não se sente preparado e que dá azo a umas quantas ilusões bastante engraçadas.

Entretanto, o Príncipe Encantado quer reivindicar o seu "Felizes Para Sempre", roubado por Shrek, e toma como aliados alguns dos vilões mais amados dos contos de fadas: o Capitão Gancho, a Bruxa Má da Branca de Neve, uma das irmãs de Cinderela. O seu plano é conquistar Far Far Away e, numa enorme peça teatral à vista de todos, derrotar Shrek.

Ora, Encantado chega ao palácio durante a ausência de Shrek, numa altura em que Fiona está a tomar chá com nada mais nada menos que... Branca de Neve (que é tão melhor que a versão sonsa e desinteressante do conto Disney), Bela Adormecida (que tem o hábito de adormecer nas mais estranhas circunstâncias), Cinderela (com a mania das limpezas) e Rapunzel e as suas extensões de cabelo loiras. Com elas também está a Irmã Mais Feia que apareceu no filme anterior como empregada do bar onde pela primeira vez se conhece o Gato-das-Botas. O subtil tom de troça trazido por estas personagens, que atinge em cheio o cerne dos contos de fadas mais conhecidos, é uma delícia de se ver ao longo do filme.

Shrek entretanto descobre Arthur numa versão medieval do típico liceu americano, em que o pobre rapaz é um falhado gozado por todos. Aqui aprendemos que Arthur tem a mania dos pequenos discursos moralistas, o que mais tarde se pode revelar útil. Na viagem de regresso, deparam-se com uma versão velhote demente do mago Merlin, professor de Magia de Arthur antes de ter um esgotamento, e assim se completa a apresentação de novas e hilariantes personagens, das quais o filme se alimenta. Esta aparente demência de Merlin dá azo a situações bastante caricatas, envolvendo o Burro e o Gato-das-Botas.

As aventuras de Shrek a dada altura convergem com as de Fiona, na eterna luta contra o Príncipe Encantado, mas até lá há muitas peripécias galopantes e divertidas.

De referir que, mais uma vez, o Gang do Shrek constituído pelo Pinóquio, o Boneco de Pão-de-Ló, o Lobo Avózinha e os três porquinhos tem a seu cargo alguns dos momentos mais impagáveis da película.

Shrek the Third parece-me a mim, mais do que os anteriores, um filme cada vez mais voltado para adultos, desde o tema do casamento e da gravidez às inúmeras referências populares, que vão da paródia a Pirates of the Caribbean à utilização de músicas que só muito dificilmente a camada mais jovem conhecerá, como a belíssima Cats in the Craddle dos Ugly Kid Joe, cantada pelo Burro numa excelente piada.

No total, o filme constitui mais uma excelente imersão no mundo do ogre verde e dos seus amigos, que cumpre a sua função de entretenimento e agrado ao longo da sua duração.

Despeço-me com aquele que, para mim, é o momento alto do filme, numa das melhores sequências de animação em muito tempo, que consegue ser brilhante, refrescante!, enquanto parodiza a utopia dos animais adoradores de princesas nos velhinhos clássicos Disney e também o Matrix.



MJNuts

Wednesday, June 20, 2007

Top 10 Melhores Personagens TV - Anos 90 e 00 (parte 2)

Como prometido, aqui fica o resto do meu Top 10 de malta televisiva!

Relembro que os meus critérios são um buraco de falhas oficiosas, pois eu, além de não ter visto todas as séries que por aí há e ser muito grave não ter visto algumas dessas (como as já referidas The Sopranos e Six Feet Under), tenho uns gostos esquisitos.

On with the show...

5. Temperance "Bones" Brennan de Bones (2005-????) - a Bones de Emily Deschanel é um encanto de se ver. Para os olhos, porque a menina tem uns belíssimos olhos azuis num rosto de feições algo exóticas e invulgares, e para aquela parte irónico-racional que há em muitos de nós. Bem, pelo menos em mim há com certeza. Todo o elenco desta série é, aliás, uma lufada de ar fresco. O habitual em séries de polícias e investigações e afins seria que, num par de investigadores em que um é homem e outro é mulher, o homem fosse um bronco sem jeito para pessoas e com uma cultura geral no mínimo questionável. Em Bones é ao contrário. Booth, o investigador homem, tenta a todo o custo evitar deixar Bones sozinha com as testumunhas ou os interrogados, ou vem bronca na certa. Bones é fria, analisa meticulosamente todas as emoções humanas, reduzindo-as a explicações científicas que vão de antropologia a biologia (porque ela odeia psicologia, segundo consta), tem uma certa dificuldade em estabelecer empatias e, bem, parte para a porrada se for caso disso. O que a torna ainda mais hilariante é a imensa cultura científica e sociológica que ela tem, em que se for preciso explica as raízes da música kumbwoya (whatever that is, é para perceberem a ideia) do Cambodja, em detrimento da cultura popular. Nas raras ocasiões em que Bones percebe a referência popular, é delirante ver a alegria dela! Assim como é o máximo ver a expressão completamente blank quando alguém manda a sua piadinha popular e ela diz, muito calmamente "I don't know what that means". É sempre bom ver uma personagem tão original e, numa altura em que há tantos magotes de séries policiais, o sucesso de Bones deve-se muito a esta antropóloga forense.

4. Fox Mulder de The X-Files (1993-2002) - poderia optar pela Scully, suponho. Eu pessoalmente até gosto mais da Scully, porque aquelas loucuras pseudo-proféticas e teorias da conspiração do Mulder pouco ou nada têm a ver comigo. Mas a verdade é que, quando penso em The X-Files, a primeira coisa que me vem à cabeça é sempre um ou outro momento do célebre Agente Mulder. Era um homem real, com ideias que a muitos podem parecer despropositadas, tinha um passado traumático e, no fundo, muitas vezes, a ideia que transmitia é que era uma criança grande. Foi um marco nas séries televisivas, como os próprios The X-Files, aliás. A equipa que formava com a Scully singrou de tal forma no imaginário das pessoas, que serão precisos muitos anos para surgir equipa melhor. Afinal, quando centenas de fãs ficam histéricos só porque o Mulder tocou na mão da Scully... Consta até que vêm daí as origens do shipping (uma tendência para o envolvimento emocional dos fãs com as relações amorosas que 2 personagens especificamente podem ou não estabelecer). Mulder era bonito, intenso e divertido de uma forma quase infantil. Perfeito amor para o público feminino. Eu não me queixo.

3. Theodore "T-Bag" Bagwell de Prison Break (2005-????) - uma escolha muito provavelmente controversa, mas é a vida. T-Bag é, na minha opinião, o melhor que Prison Break tem para oferecer. O Scofield de Wentworth Miller tem demasiada inexpressividade física/facial para o meu gosto. T-Bag conquistou-me do início, do bolso com o forro de fora, à sexualidade latente, ao assédio aos pretty boys, os tweeners como ele cantava na sua perturbadora canção. É, em todo um conjunto de personagens fugidas da prisão, o único que é de facto criminoso, os outros são só pessoas simpáticas que, coitadas, cometeram UM errito (ou nem isso, né, Linc?). T-Bag é pedófilo e assassino. Gosta de meninos e meninas, mas os adultos não lhe caem mal. É fruto do incesto entre o seu pai e a irmã/mãe monglóide. Combinação perigosa, suponho, e o T-Bag é muito susceptível ao tema. Robert Knepper faz-nos acreditar que haja alguma bondade na sua personagem tão irresistivelmente horrenda em toda a story-arc da Susan, uma mulher por quem ele se apaixonou a sério, mas que o denunciou à polícia quando descobriu a sua identidade. A sua inteligência maquiavélica, aliada ao sotaque, aos maneirismos, ao sentido de humor ácido são mais-valias para a série e para a minha opinião sobre a qualidade do personagem.

2. Karen Walker de Will&Grace (1998-2006) - esta mulher é, indiscutivelmente, uma das mais brilhantes personagens alguma vez criadas! Quem viu Will&Grace, mesmo que fossem só alguns episódios soltos, se for questionado sobre a série, vai invariavelmente elogiar a Karen e exaltar o seu brilhantismo. A Karen é genial, sem tirar nem pôr. Desde a vozinha estridente que é imagem de marca à ideia subtil de que ela, sabe Deus por obra de quem, vive há mais tempo e mais bem conservada do que o comum mortal. É alcóolica (conhece mais tipos de álcool do que eu já ouvi falar na vida!) e volta e meia o comprimido disto ou daquilo lá segue goela abaixo. Isto quando não está pedrada devido a substâncias ilícitas. É riquíssima devido ao casamento com o nunca visto (mas aparentemento obeso) Stan e a relação mais sólida que tinha antes de se misturar com o retso do gang através da Grace era com Rosario, a hilariante criada e imigrante ilegal. Apesar da sua natureza muitas vezes egoísta, sarcástica, das constantes gozações sobre a Grace estar feia ou mal vestida ou sobre a suposta falta de estilo de Will, Karen destaca-se por ser, ainda assim, o centro moral do grupo em muitas situações, particularmente no que toca a encaminhar a loucura e egocentrismo do Jack para algo mais produtivo. As velhas piadas com os innuendos bissexuais também eram uma mais-valia na série, uma vez que a homossexualidade era muito mais amplamente abordada. No que toca a personagens femininas, Karen é rainha e senhora e não há muitas competidoras à altura.

1. Gregory House de House M.D. (2004-????) - não há dúvida que o House, magistralmente interpretado por Hugh Laurie num registo fora do seu habitual, é um dos personagens televisivos mais bem conseguidos de sempre. A verdade é que todas as pessoas que vêem esta série, vêem-na por este senhor. Há muitas séries das quais possamos dizer isso? Penso que não haja, para o bem e para o mal. De momento até me encontro algo zangado com o nosso doutor preferido, porque acho um desperdício o elenco ter mais 5 personagens que estão única e exclusivamente feitas para, através dos seus erros ou problemas, destacarem a figura do House como génio que ganha sempre e que no fim sai por cima, por maior que seja a encrenca (a story-arc do Tritter até soube a amargo por causa disto). Mas atritos à parte, este House de Laurie é do mais expressivo que há, na veia cómica e dramática, no sex appeal e na loucura médica. As suas tiradas fabulosas, denominadas House-isms pelos fãs, são de se lhe tirar o chapéu e levante a mão quem nunca se riu com pelo menos uma! É um egocêntrico com a ideia (bastante certa no contexto da série) de que o Mundo gira à sua volta e age de acordo com isso. O coxear e a bengala, em vez de lhe tirarem o charme ou carisma, aumentam-nos exponencialmente e aquele andar pesado do corpo apoiado na bengala no lado da perna doente é já um clássico. Alie-se isso aos melhores momentos de ingestão de comprimidos da História da TV e temos personagem! Não há como House para tirar um Vicodin do frasquinho e o tomar em grande estilo. O facto de ser viciado num narcótico perigoso? Quem quer saber disso! A malta gosta dele é a ingerir uma média de 2 ou 3 comprimidos brancos por episódio! Apaixonante.


Outras personagens que merecem destaque: Julie Cooper (The O.C.), Bree Van de Kamp (Desperate Housewives), Sun Kwon (Lost), Stewie Griffin (Family Guy), Hiro Nakamura (Heroes), Darnell (My Name is Earl), Lil Rush (Cold Case), Spike (Buffy, The Vampire Slayer), Dana Scully (The X-Files), Maxime Grey (Judging Amy), Richard Fish (Ally McBeal), Jack McFarland (Will&Grace), Kosmo Kramer (Seinfeld), Bette Porter (The L Word), entre outros.

MJNuts (ultimate couch-potato)

Tuesday, June 19, 2007

700 Pedófilos Detidos numa Mega-Operação Internacional...

... Ou o Mundo hoje está 700 vezes melhor.

Há muito tempo que não podíamos dizer que o Mundo estava melhor numa percentagem tão grande.

Espero que gostem da prisão, onde vocês é que vão fazer de meninos, seus grandessíssimos sacanas!

Quanto aos restantes cidadãos do Mundo temporariamente 700 vezes melhor... Aproveitem hoje para levar os filhos, sobrinhos, primos, afilhados a passear. Uma espécie de celebração, um festejado "So long, suckers!".

E um viva à Internet. Torna as comunicações criminosas teoricamente mais fáceis, mas também é o único meio que permite capturas em massa (e muitas provas, pelo caminho).

MJNuts

Monday, June 18, 2007

Para quê?...

Para aqueles que alguma vez se perguntaram sobre o principal propósito da Internet...

aqui está a resposta (os fãs de Harry Potter que me perdoem, mas isto está tão lindo...):



este não é o vídeo original - esse pode ser visto [aqui], ainda que o som e a imagem não sejam os melhores.

Quando fôr a NY já sei o que vou ver além do MOMA! XD

Giovanna

Saturday, June 16, 2007

Top 10 Melhores Personagens TV - Anos 90 e 00 (parte 1)

Isto são as coisas de que a gente se lembra quando tem de estudar...

Convenhamos que estas não são as melhores personagens oficiais, decididas por órgãos próprios, por pessoas especializadas no assunto e que viram dezenas, se não mesmo centenas de séries, tendo à partida um leque muito maior por onde escolher, tornando o Top provavelmente mais justo e correcto. A mim, por exemplo, falta-me a visualização de séries de culto como The Sopranos ou Six Feet Under, que com certeza teriam umas quantas personagens a acrescentar aos meus candidatos ao Top 10.

Mas eu não sou um órgão oficial e a minha especialização no assunto são as vagas horas de couch potato-ing aqui e ali. Tenho direito à minha opinião sobre este assunto, por isso vou exprimi-la. À falta de melhor cultura televisiva dos anos anteriores aos 90 e 00, resolvi reduzir-me a estas duas décadas, que já têm personagens que cheguem e sobrem, até pela crescente importância que tem vindo a ser dada ao entretenimento televisivo. Queria também referir que me abstraí das minhas preferências na escolha das personagens do Top. Eu posso gostar muito, sei lá, do Sawyer de Lost ou do Dave de What About Brian, mas sei ver que não são personagens excelentes, que marcaram ou têm possibilidade de marcar a História da Televisão. Digo eu, nunca se sabe.

Passando ao que interessa...

10. Christian Troy de Nip/Tuck (2003-????) - o médico com boas qualidades no contacto directo com os pacientes (às vezes contacto directo de mais...), mas que não será tão bom quanto devia na prática clínica. Pelo menos quando comparado ao seu colega Sean McNamara. É um playboy à antiga, à séria, adora as mulheres como obras de arte, transforma-as em obras de arte através da cirurgia plástica, mas nunca amou nenhuma. Ou pelo menos, está convencido disso. Tem um passado pesado e algo perturbador, mas surpreende pelo que tem de bom, quando ninguém o esperaria. Emana carisma por todos os poros e... oh, my God, that really is sexyness!

9. Niles Crane de Frasier (1993-2004) - mais um médico, desta vez psiquiatra. O irmão de Frasier Crane é encantador na sua personalidade obsessivo-compulsiva, nas suas manias e esquisitices. O seu amor platónico por Daphne, que se prolongou por umas quantas temporadas até chegar a bom porto, e o seu casamento no mínimo comicamente turbulento com a nunca vista onscreen Maris tornam-no numa boa vítima para ser acarinhado e muito amado pelas fãs femininas da série. As relações com o irmão e o genial pai, Martin Crane, em que Niles sem dúvida se destaca como o elemento mais original da família, também contribuíram para a sua posição nesta lista.

8. Miss Parker de The Pretender (1996-2000) - a primeira mulher da lista e bem o merece. A série não é de culto, mas marcou uma geração cá para os lados portugueses. A geração que há uns anos atrás via a TVI às 22h, porque dava uma série diferente e decente por cada dia da semana, ao contrário da actualidade. Miss Parker era, sem dúvida, a personagem mais forte e carismática daquele elenco. Sim, o Jarod podia ser médico, astronauta e hitman só porque lhe apetecia, mas quem marcou o público foi Miss Parker. É só perguntar a qualquer fã da série. Uma mulher dura e competente, que não brincava em serviço. Que não foi transformada numa Barbie amorosa pelos argumentistas por estar rodeada de homens ou se ter apaixonado (na excelente story-arc que envolveu Thomas, o seu amante). Os argumentistas de hoje em dia deviam pôr um olho nela antes de transformarem as suas personagens femininas em estereótipos ambulantes dos diferentes ideais de mulher.

7. Bender da minha série preferida de todos os tempos Futurama (1999-2003)- eu gosto mais do Fry e da Leela, sinceramente. Mas tenho que admitir que este robot é irresistível, com a sua maquinaria gerida a álcool e o compartimento abdominal que guarda mais surpresas que a bolsa do Doraemon. É um grande amigo e um grande traidor, é um sidekick do melhor, assim como pode ser um protagonista de categoria. Em 5 temporadas, foi Deus, faraó, humano, estrela de rock e circulou pelo Futurama-verse só com a cabeça, porque tinha penhorado o resto do corpo! E não esquecer a genial e inesquecível frase "Bite my shiny metal ass!" aue até tem um episódio sobre isso. Futurama é uma das séries mais geniais de sempre e muito o deve a Bender. Embora o resto das personagens, do surreal Dr. Zoidberg ("And I'm his friend Jesus!") à melhor hot alien/non-alien de sempre Leela, sejam também brilhantes e únicas. Volta depressa, Futurama.

6. Sebastian Stark de Shark (2006-????)- ou A Lei do Mais Forte, como traduziram por cá. Uma escolha que deve levantar vozes de discórdia, com certeza, até porque poucos ou nenhuns vêem a série. Eu não a queria ver até que, lá está, certo dia estava estudando e era a única coisa que estava a dar na TV que me podia livrar do martírio. E apaixonei-me por este Mr. Stark, divinamente interpretado por James Woods. Um advogado de Defesa que passa para o lado da Acusação após uma epifânia pessoal. Os seus métodos são muitas vezes duvidosos, mas faz o que consegue em nome da justiça, pela qual adquiriu renovada paixão. Se for preciso, arranja tramóias menores para que grandes criminosos cumpram pelo menos meia dúzia de meses ou anos na prisão. Ou para que arguidos que considera inocentes se safem subtilmente. É um excelente professor (é designado para treinar uns quantos advogados acabadinhos de sair da Faculdade de Direito - destaque para Madeline Poe, que é friamente genial) e as suas capacidades de paleio no tribunal... não as via tão boas desde as técnicas lunáticas de distracção do John Cage de Ally McBeal. Viciado no trabalho, é pai solteiro, o que dá azo a umas quantas situações... parentais. O seu amor pela filha e as formas como este evolui ou é expressado ao longo dos episódios são uma mais-valia à série. É um personagem completo, complexo, bem estruturado, coerente, sólido. Fossem todos assim.

A conversa já vai comprida, por isso será cortada por aqui. Os 5 lugares cimeiros do Top serão postados num futuro próximo. Aceitam-se apostas e sugestões.eheh

MJNuts

Friday, June 15, 2007

Universidade Lusófona Apresenta...


Parque Temático da Alegria
- Ode ao Viveiros I –


Era uma vez uma pedra que queria viajar. Enfiou-se num sapato jogado no mar na área natural de Perigo que o cu gordo do Viveiros vai partir a cadeira, velha e enrugada que nem uma passa, e que estava sempre a mugir loucamente pelos campos verdes do cemitério Judio, mas era loiro, alto e espadaúdo, um pouco parecido com uma porta. Mas este macaco não era afinal as banhas do Viveiros a pular de alegria, alegria, toca a acordar que já é dia ranhoso e preguiçoso. Mas é para estas desventuras do destino que existem pessoas que vomitam o pintoresco compulsivamente e a chorar baba e ranho, como se não houvesse amanhã… será um lindo dia!, cantava a formiga, fumando a sua ganza como estrunfes que polvilham os bosques encantados com a graciosidade do Viveiros, quanto saltitava de nenúfar em nenúfar, uma verdadeira prima-donna nos píncaros da elegância. Eis que entra de rompante na sala ao som da banda sonora de Star Wars mas a força não esteve com ele…
:(

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Pequena peça de literatura desenvolvida durante uma conferência muy interessante e cativante na distinta Universidade Lusófona, no passado décimo quarto do mês de Junho do Ano da Graça de 2007.

Enquanto um afamado espanhol de origens incertas e nome olvidável travava um ferveroso monólogo com a sua apresentação em powerpoint, três confessas hereges conspiravam contra a sonolência da palestra ao escrever esta... chamemos-lhe prosa... que apenas padece na falta de pontuação final e na insistência desconcertante na figura do nosso notável professor presente no recinto - e que mais tarde nos iria brindar com um original resumo da matéria que nos lecciona este semestre.

As culpadas dão pelo nome de Kawaii, Lenore e a vossa humilde serva Giovanna. A cada uma corresponde uma cor; quem nos conheça faça o favor de fazer a ligação e participar! Sim, porque este blog estava a cometer uma grave infracção no Código Não Escrito Dos Blogs E Outras Tralhas Virtuais: ainda não havia um concurso!! O primeiro a acertar ganha juízo, com alguma sorte, o que pode sempre ser uma melhoria na vossa personalidade - vai depender de quem fôr esta santa criatura.

O pintoresco era o tema da conferência. E o cemitério que é referido é mesmo «Judio», não Judeu. Basta perguntarem a qualquer espanhol que fale a língua de Cervantes.

Giovanna

Sunday, June 3, 2007

Viagem

Sempre gostei de aviões. Levam-nos a lugares mágicos. Não de andar de avião. As dores atravessam o patamar do insuportável. De aviões.

Encostada à janela, vejo-os passar e imagino qual será o seu destino. Sigo-os através do vidro, pelos céus fora. Tantas pessoas que lá devem estar sentadas dentro, na esperança de uma viagem, um negócio, um regresso de sonho…

Lembro-me das minhas viagens. Paris, Roma, Barcelona… Barcelona onde pus os pés, mas não passei para lá do aeroporto.

Também gosto de aeroportos. O local da perfeita antecipação. O local da chegada de todas as expectativas. A partir dali, como será? O local do fim de todas as aspirações do sonho. A partir dali, o regresso à normalidade. São enormes, grandes demais para os conhecermos naquelas horas longas demais em que esperamos o nosso voo.

São aviões e partem. São belíssimos porque são o ideal de uma viagem maior, para lugares que só conhecemos dos filmes ou dos livros.

Dou comigo a pensar, enquanto os meus olhos se perdem no pôr-do-Sol daquela viagem. Penso em todas as viagens que fiz e em todas as que quero fazer. Penso em todas as vezes que estive fora de casa, tão longe. Penso no que essas viagens fizeram de mim, naquilo em que me tornaram. Penso no outro lado do oceano, no outro lado do mundo.

América, o Mundo Novo. Que queria pisar com os meus pés para confirmar que não, eles não são nem nunca serão perfeitos. Argentina, México, Brasil. As praias, os pobres, as civilizações. Austrália, os latinos do outro lado da Terra. Japão, China, Tibete. O mundo a que deveria ter pertencido, o espírito que quero conhecer. Quénia, Egipto, África do Sul. Os pais dos Homens, o mundo dos bichos. Europa, Europa, Europa… Onde todos os grandes nasceram, onde o mundo actual construiu as suas leis, as suas verdades.

Olho para o céu e todo isso vejo. Um decorrer de sonhos e histórias. E observo-me e vejo alguém sem casa, pois só nas viagens me encontro. Naqueles infinitos pôr-do-Sol, nos cheiros intensos de cada nova terra. A terra molhada da Escócia, a música silenciosa das ruas de Paris, os palácios de Roma, a atmosfera familiar de Santiago de Compostela, o mar de Porto Santo… Aquela neve tímida em Andorra. O aeroporto de Barcelona e as ruas alaranjadas de Madrid. As lagoas dos Açores e as belezas cruas da Madeira.

E enquanto me recordo dos sítios a que fui e me lembro das terras que não pisei, um comboio atravessa o fundo da minha mente. Um comboio velho que fumega e aquela velha música que às vezes me vem lembrar que há sempre por onde fugir. Holding back the years/Chance for me to escape from all I know.

E então lembro-me dos comboios e que também eles me podem levar. E que com eles piso cada bocadinho de terra e vejo cada bocadinho de céu.

E com tanta viagem, sonho e perco-me. E cada mar que percorri não é mais que uma onda do oceano demasiado turbulento que sou eu vezes demais.

E pergunto-me porquê. Porque quero viajar tanto? Porque quero estudar fora e ir ajudar crianças em África? Porque há em mim esta ânsia de sair, de percorrer? Porque está em mim a necessidade de conhecer outras dores, outras histórias, outros locais?

E afinal porquê? Porque hei-de estar sempre a fugir?

O avião desaparece e é nele que penso. Pois eu só estou no topo do Evereste, nas Pirâmides de Gizé, no Grand Canyon, em Madagáscar, na Amazónia, no Taj Mahal e em Auschwitz. E todos esses caminhos terei que percorrer até parar e a um lugar do mundo chamar casa.Porque até hoje só às pessoas dei esse nome.

MJNuts