Tuesday, April 21, 2009

Pequenas Caixas

Caros leitores do Tretas e meus adorados actores, boas notícias trago às vossas casas acolhedoras - o projecto Pequenas Caixas está já finalizado.

Para aqueles que não fazem a mínima ideia o que é este projecto, fiquem a conhecer a curta-metragem que tive que realizar para a minha cadeira de Realização naquela escola cujo-nome-não-deve-ser-pronunciado e já foi referido aqui.

Quis eu criar uma história de protesto ao regime fascista que existe na minha escola e o resultado foi uma pequena sociedade isolada do mundo, abandonada num determinado lugar, obrigada a viver num padrão de igualdade, como objectos. No entanto, a minha mensagem é uma de esperança. Pois basta haver uma só alma que decide não se conformar com aquilo que lhe é imposto para mover os restantes sofredores e instaurar uma revolução justa e necessária.

Durante os poucos anos que habitei este mundo, sempre tive alguns problemas em lidar com aquilo que eu era e aquilo que queriam que eu fosse. A parte de mim que entrego com este filme é aquela que diz não me vou nunca esquecer que me chamo André Martins.

Queria só deixar, mais uma vez, a minha eterna gratidão a todos aqueles que estiveram presentes naquele domingo caloroso em que filmámos a curta. Muito mais que excelentes actores, foram verdadeiros amigos. Uns tiveram que faltar ao trabalho, outros tinham exame no dia seguinte, outros estavam de directa por terem trabalhado durante a noite, outros tinham assuntos bem mais importantes a tratar, mas estiveram todos lá e sei que não sou o único que se orgulha daquilo que foi conseguido. Obrigado. Foi um dia importante.

E agora, sem mais demoras, eis o pequeno conto:



Meus amigos-actores, eu entrego-vos, depois, um CD com uma cópia com melhor qualidade para a poderem guardar para vocês.

Guess

8 comments:

Twin said...

Olha nós!!! Está tão giro!!! lol Gosto bué da montagem que fizeste na coreografia. Não imaginava assim mas ficou com bué ritmo e dá mais força ao movimento das cabeças.

Muito fixe ;)

Já percebi pq escolheste o teu irmão para ser a pessoa R. É que sendo vocês cara chapada um do outro, acabas por ser tu que estás a ser retratado a revoltar-se. Acertei?! lol (se não era, é isso que vai ser interpretado, porque os teus professores vão achar o mesmo que todo o resto do mundo: que vocês são bué parecidos lol)

Agora só espero é que tenhas uma boa nota lol :P

Beijos ;)

フィリパ said...

Lindissimo!
* =)

Morcegos no Sótão said...

Bem, ainda estou a ver se resisto a ver o resultado final ou não, mas só para dizer que eu tive vontade de postar sobre o Dia das Caixas Amarelas, mas acabei por não o fazer. Deixo então o resumo do que era suposto ter dito:

Eu sei que sou chata e resmungona e custo a sair da cama, mas foi um dia de extrema satisfação pessoal o dia em que participei num projecto obviamente tão importante para ti. Mais do que isso, foi um dia em que estive rodeada de pessoas que gosto e de pessoas que me encheram de esperança na humanidade por estarem ali por ti e pelos seus ideais, independentemente dos sarilhos monetários, académicos e das noites mal-dormidas. E, acima disso, foi um dia em que senti o meu peito explodir de amor por ti e pelo teu irmão e que me fez relembrar o quanto vocês se tornaram a minha família ao longo dos anos, apesar de todos os desgostos e zangas e das outras pessoas que foram e vieram e dos abraços e chapadas.

Uma coisa importante que me apercebi durante as gravações foi que o próprio processo de gravações estava a contrariar a ideia que tu pretendias mostrar no filme: que as pessoas eram iguais, vestidas de pretos, dentro de caixas amarelas, formatadas pelo Universo Amarelo que todos sabemos o que representa. Porque cada uma daquelas caixas passou a ser pessoal, tornou-se confortável. A minha tinha lenços ranhosos. A do Miguel estava toda cortada. A da Ana Bernardete tinha os livros para estudar. A da Pulga estava mordida. Eram as nossas caixas. Eram o nosso bocadinho de personalidade numa caixa de outra forma igual às restantes 11. Achei isso lindo.

E fez-me pensar que, quando às vezes estiveres muito revoltado com as formatações à tua volta (que vais estar, porque é o que acontece), respira fundo e pensa que cada uma daquelas pessoas naquelas caixas tem algo único que a diferencia. E que mesmo dentro da caixa, há algo de belo que pode surgir e surpreender-nos a todos.

We all live in a box, but some of us see the stars.

E sim, és o André Martins, não te vou deixar esquecer disso enquanto estiver neste mundo. You're my pride and joy.

MJNuts

Twin said...

Sniff foi bonito twin! Devias ter postado.

A Mãe Filósofa said...

Oh está linda a Alegoria das Caixas.Ontem já a contei na minha aula do 11º ano quando estava a dar a unidade da filosofia e o sentido da vida.Isto porque também me perguntaram porque estava eu tão bronzeada na cara, LOL.Como é que 7 maravilhosas horas a viver dentro da minha caixinha amarela se tranformaram em 7 minutos?Adoro quando se vê o livro dentro da caixa da Ana Bernardete!Está lindo!Parabéns André!

Guess said...

Às vezes ainda fico surpreendido ao reparar o quão próximos nos tornámos, MJ. Sim, somos, sem dúvida, parte da mesma família. Eu, tu, o João. Continuamos a crescer juntos e sabemos a satisfação que isso nos dá. Tens razão. Também eu gosto da sensação de saber que nunca estarei sozinho, quer viva mais 5 dias ou 50 anos.

Ainda no outro dia o meu irmão me disse "Gosto daquilo em que te tornaste". E tu sabes como mexe comigo saber que vocês os 2 têm orgulho em mim. It feels good to be the younger brother.

Quanto ao que disseste relativamente ao filme, nunca tinha reparado nesse aspecto dessa forma. Tens razão. Inevitavelmente, todos vocês começaram a tornar aquela caixa em algo genuíno. Apesar da pequenez do objecto, do sol intenso e do desconforto vocês começaram a ganhar uma espécie de amor por aquelas caixas, após alguns takes.
Foi bonito.

Até porue foi um dia especial. Todos nós saímos de lá a ganhar, sinto. E não, Twin, não escolhi o meu irmão por ser parecido comigo, apesar de ser uma mais valia. Escolhi-o pela facilidade que ele tem em perceber aquilo que eu quero que ele transmita. Acho que vou ter boa nota, a professora deu-me os parabéns. Mas, sim, a coreografia deu imenso trabalho a montar. Foi um processo exaustivo. Mas valeu a pena.

Adoro, Cátia xD Eu disse logo que tu ias usar isto nas tuas aulas de filosofia. Faz todo o sentido. Houve mais pessoas a dizer que aquilo parecia a Alegoria da Caverna. haha. Ainda bem que gostaste. Preocupo-me mais com o que vocês, actores-amigos que participaram na curta, acham do resultado final, que os professores ou os meus colegas.

Foram espectaculares*

Guess

Guess said...

Queria só corrigir um pequeno erro nos créditos finais do filme.

As duas primeiras actrizes apresentadas são a Ana Gomes e a Ana Cláudia Jesus. Esqueci-me de escrever os apelidos delas. É o hábito.

Por fim, Miguel Pitta é, na verdade, com 2 t's.

A cópia que entregarei a vocês estará já corrigida.

Ana J said...

adorei!! adorei o dia, adorei as horas ao sol, adorei a coreografia bem feita e aldrabada. e adorei o produto final...mas d facto, horas e horas resultaram em meros minutos. Minutos que nos dizem bem mais do que aquilo que se pretende transmitir - que ja e bastante.

nao conhecia muitas das pessoas que ali estavam mas sem querer senti me em casa. a casa das caixas amarelas =)

"e sera sempre assim..."