Monday, June 21, 2010

Maximilien Aue

Há coisas que ficam por dizer. Ninguém conhece ninguém e todos nós temos segredos.

Às seis da manhã de domingo passado, regressava eu para casa no 28 Portela, depois da noite dos Santos Populares. O autocarro ia cheio porque toda a gente estava a regressar a casa.

Eu estava perto do motorista e no meio do autocarro, junto às portas, estava um tipo: o maior idiota à face da terra. Era mesmo um loser daqueles inconfundíveis.

Era alto, tinha a barba por fazer e falava alto propositadamente. Era o rei lá do sítio e mandava piadas em voz alta e ria-se para que todos o ouvissem.

Chegou até a implicar com um pobre de um bêbedo, que devia estar no lugar errado à hora errada, e foi um estronço de primeira. Ainda lhe espetou umas chapadas e esmurrou a cabeça do coitado contra o vidro do autocarro.

Tinha uns 25 anos e era um autêntico anormal. Toda a gente no autocarro estava incomodada com a presença dele.

Depois disto, ainda se começou a fazer a uma moça que por lá estava sentada. O pior engatatão de sempre. Com aquela postura de homem estúpido que quer claramente levar a rapariga para a cama e que sorri estupidamente e se arma em bom.

Ela ria-se e achava-lhe piada ou tinha pena (não consegui perceber). Chegou a paragem dela e ele pediu-lhe para não partir assim muito histericamente.

Ela foi-se embora, ele continou a ser o estrume do autocarro. Saiu antes de mim.

Quando cheguei a casa, quase às sete da manhã, masturbei-me a pensar nele antes de adormecer.

Imaginei que era a rapariga com quem ele tinha falado. Quando chegava a minha paragem eu dizia-lhe para sair comigo.

Convidava-o a subir e fodíamos que nem cavalos.

Quando tivéssemos terminado, pedia-lhe muito friamente para se ir embora. Dizia-lhe que o achava o maior anormal à face da terra e que tinha pena dele mas mais pena de mim por me sentir sempre atraída pelas pessoas mais losers e nojentas que existem no mundo.

Guess

3 comments:

Dora said...

Nice. Very nice!

Anonymous said...

Hate fucking is best fucking.

Ricardo Pinto said...

Concordo com o comentário do Luís Bernardino.