Monday, October 22, 2007

Ética, Respeito vs Amor, Atracção

Para parar com esta onda de espírito assim um pouco negativo ou soturno, gostaria de levantar mais uma questão polémica que diz respeito às relações entre os seres humanos em qualquer parte do mundo. Devo confessar que fiquei motivado a escrever este post depois de ter sido confrontado com uma situação semelhante à seguidamente enunciada. Tal como MJNuts tem transmitido nos seus posts, estas últimas semanas têm sido de grande emoção. O caso que enunciarei de seguida não se trata propriamente de um exemplo real. É, simplesmente, um caso que descreve o assunto que quero tratar. Seja como for, eis a situação.

É de conhecimento mais que óbvio que vivemos num mundo onde todos receiam a solidão. Esqueçam. Somos todos indivíduos que não têm qualquer poder sobre... (não queria utilizar nenhum cliche ou soar demasiado dramático, mas tem que ser) quem decidimos amar, ficar apaixonados ou mesmo sentir atracção sexual.

Tomemos o caso da paixão.
Pessoa A é um cidadão do mundo susceptível de ser visto por qualquer pessoa a partir do momento em que se encontra no espaço público. Pessoa Z, no seu direito de vaguear pelo espaço público, cruza o seu olhar com Pessoa A e sente, imediatamente, uma explosão de sensações. Falemos, primeiro, da atracção física (até porque a primeira impressão é sempre a exterior). A beleza lasciva de A e os contactos visuais entre os dois impressionam Z de uma forma tão extraordinária, que antes de ir dormir já sabe sobre quem vai sonhar.
Pessoa Z procura conhecer melhor Pessoa A e aprende a gostar do seu sorriso. Insiste em vaguear pelo mesmo espaço público por onde A vagueia e, superando as suas inibições, conhece-a através de uma conversa simples, mas suficiente para aumentar a intensidade dos seus sentimentos por esta. Parece surgir aquela paixão fresca que dá vontade de tentar tudo e que enuncia uma possibilidade de amor.

Apercebendo-se das suas intenções, Pessoa A revela a Pessoa Z que se encontra numa relação com Pessoa B que dura já há 3 anos. Uma relação que vive tempos de felicidade e onde ambas as partes são fiéis.

Pergunta: Deve Pessoa Z deixar de lutar por Pessoa A, sabendo que esta é comprometida?

Desta vez, vou dar a minha opinião:
Não! O mundo é horrendamente cruel e cada um deve fazer o que está ao seu alcance para atingir a sua felicidade (com prudência, claro. Não sou assim tão radical). Se Pessoa A ama realmente Pessoa B nunca terá "relação alguma infiel" com Pessoa Z, portanto, é seu o problema e não de Z.

Não precisavamos se quer de ir tão longe. Se me sinto sexualmente atraído por Pessoa A devo ou não tentar a minha sorte, sabendo que ela tem um relação estável com Pessoa B? É cruel da minha parte se tentar?

Guess

22 comments:

Anonymous said...

Na minha opinião acho cruel. Se sei que a pessoa A, tem uma relação longa e saudável com pessoa B, eu sendo pessoa Z afastar me ia. O máximo que podia fazer, era falar lhe, ser grande amigo da pessoa A e se sentisse os meus sentimentos a aumentar pela pessoa A, esperava e teria de aguentar a amar em silencio, até que a relação entre A e B terminasse e ai aproveitava para dar o meu ombro e poder me aproximar mais da pessoa A. Acho horrível existirem pessoas que gostem de tentar a sua sorte possivelmente só por uma noite de sexo ou que possam até mesmo ver, mais tarde que não era aquilo exactamente que esperavam. Aquela teria sido só uma sensação de curiosidade momentânea até atingir os seus objectivos, mas tal acção magoaria 2 pessoas e quem sabe se hoje tais pessoa seriam felizes?
Eu não acho correcto colocar o fim, ou até mesmo colocar um peso na consciência da pessoa A por ela ter sido infiel com B. Independentemente disto tudo a pessoa A, se realmente gosta de B têm de ter capacidade de dizer NÃO a este tipo de situações, que hoje em dia são banais.

Anonymous said...

Das coisas piores que pode haver é amares em silêncio.
Isso sabe tão mal! =/

"...até que a relação entre A e B terminasse e ai aproveitava para dar o meu ombro e poder me aproximar mais da pessoa A." > isso parece-me tão oportunista! Claro, vou-me agora aproveitar-me dado ela estar carente --;

Anonymous said...

Antes assim que intrometer me numa relação de duas pessoas que estão bem.
Se não quiseres amar em silencio então parte para outra, mas não estragues a relação entre duas pessoas que estão bem.

Morcegos no Sótão said...

É complicado. Depende dos princípios.

Basicamente, se és uma pessoa de princípios, com o coração no sítio certo, só te vais meter entre um casal se tens a certeza -absoluta- do valor dos teus sentimentos por uma das partes. Se não, não vale a pena.

Se é para coisas de uma noite só, mais vale ir meter a mão em solteiros.

MJNuts

Anonymous said...

"Basicamente, se és uma pessoa de princípios, com o coração no sítio certo" Então mais vale deixar o casal em paz e deixar as coisas decorrerem a seu tempo. Detesto meter me em confusoes e detesto meter me entre casais mesmo que os sentimentos sejam mutuos, com um dos elementos da relação.

Anonymous said...

Pah,la vou eu toda radical e desprovida de kualker sentido de obrigatoriedade social e consequentemente ética.
Sinceramente, acho perfeitamente aceitavel e normal cada um tentar a sua sorte, se a pessoa Z se "atira" à pessoa A, nao tem nada a perder. Pensem assim, quem ta solteiro de solteiro nao passa e o não é sempre garantido. Agora são pessoas como a Z que tornam este mundo mais interessante, eu diria até empolgante! Se a pessoa Z não existir ao longo da vida de todos os A's e B's estes nunca terão de facto capacidade para afirmar o seu "amor" no sentido de dixer "Quem eu quero és mesmo tu e renuncio ao resto do mundo". Uma relação que consegue isso, consegue tudo.
Agora a verdade é que à sempre a desculpa do A que era ingénuo e foi na conversa do Z, TUDO TRETAS. Se gosta do B nunca irá na conversa do Z, porque respeota i parceiro...
E sendo assim e apoiando esta dinamica de afirmação I rest my case!

Morcegos no Sótão said...

Se os sentimentos são mútuos, aquele casal já não faz sentido e uma das partes do casal está lá apenas por receio da solidão, segurança, o que seja.

Às vezes, deve-se interferir. Resta saber distinguir quando interferir é certo e quando é errado. Interferir no que está bem é puro egoísmo.

MJNuts

Anonymous said...

Subscrevo tudo o que a Rita disse xD

"Se os sentimentos são mútuos, aquele casal já não faz sentido e uma das partes do casal está lá apenas por receio da solidão, segurança, o que seja."
Concordo, sim. Mas consideras isso um aspecto negativo?

Jonas Matos said...

Tudo depende, caro Guess. Se o furor da paixão for grande, porque deixar de lutar? Talvez assim seja essa pessoa feliz com a outra. Pena alguém ter que ficar prejudicado…
Caso seja apenas uma paixoneta, para que estragar a relação duradora, fiel, e possivelmente feliz?

Anonymous said...

Só se destrói algo que já está enfraquecido. Se a pessoa A e B gostarem mesmo uma da outra, podem vir os Zorros que quiserem, pois a relação vai se manter firme ;) como se de um muro de concreto se tratasse.

K1111 said...

Eu não acho que as coisas sejam assim tão lineares e românticas... Não é por A amar B perdidamente que não pode numa noite má ou numa altura esquisita deslizar com Z. Acontece. Errar é humano e tudo isso. O amor nem sempre é essa coisa que resiste a qualquer tentação. Deve resistir é às provações...
No que toca a tentar a sorte, pois acho que toda a gente tem o direito a pelo menos tentar, não? Amas B? Então e se amares mais o meu Z? ;P Mas Z quando se mete numa dessas tem de ter mesmo a certeza que vale a pena e ir à espera de muita confusão e drama... Porque se não, para quê tanto trabalho por uma futilidade? Que canseira! XD
Mas frisando óbvios e eternos clichés, mais uma vez, isto é tudo subjectivo, cada um sabe de si e cada caso é um caso.

CHESB

Morcegos no Sótão said...

Eu subscrevo a CHESB.

E a única vez que me meti entre um casal, e foi de forma tão mínima que a outra parte com certeza mal deu por ela, foi porque a coisa me bateu mesmo com muita força.

Há coisas que valem a pena. Há outras que não. Interferir sempre é um qualquer recalcamento freudiano que só permite buscar o prazer/felicidade romântico e/ou sexual nas pessoas comprometidas e, consequentemente, pessoas que trazem chatices e que o mais provável é não largarem @ parceir@ pela nova aventura. Resumindo, só vai a comprometid@s? Gosta da dificuldade e da ausência de compromisso sólido.

MJNuts

Anonymous said...

Eu admirava-me era se tu n me subscrevesses xD

Anonymous said...

Subscrevo MJNuts neste último comentário.

No entanto, não existe ninguém que "só vá a comprometid@s". É a tal história de não escolheres quem amas. Podes ter o azar de te calhar na maioria das vezes pessoas comprometidas.
Se tiver uma grande paixão por alguém por quem ache que vale a pena, e esse seja comprometido, não vou desistir só porque tenho um histórico de pessoas comprometidas na minha lista :P

Morcegos no Sótão said...

Há sempre um ponto em que se pode controlar os sentimentos. Um ponto em que as coisas parecem estar a começar e nós podemos dar-lhes espaço ou pormos ponto final na história.

Se há um historial de interesse por comprometidos, é porque a pessoa em questão não sabe ter o auto-controlo de filtrar o seu interesse ou atracção ao ponto de ficar sempre com o "bichinho" alerta quando descobre que o potencial interesse romântico é comprometido.

Eu sei pôr travão às minhas emoções. Se X está comprometido e mo diz à partida, eu não quero saber do X para nada além da amizade. Apenas e só se o que me faz pensar em X for tão intenso e tão inexplicável e não me sair da cabeça é que eu tenho a consciência que a pessoa X é especial o suficiente para mim para valer a pena o esforço.

@s muit@s que aí andam a arrastar a asa a comprometid@s sabem perfeitamente até que ponto podem ou não controlar os seus sentimentos, as sua acções. Não o fazem porque não querem, gostam da adrenalina do jogo. E é tudo.

MJNuts

Anonymous said...

K1111, comigo um deslize não funciona. Por mais que o dia tenha corrido mal por mais coisas que possam acontecer por mais tentação que tenha com outra pessoa eu nunca cometeria tal deslize, porque gosto realmente da pessoa com quem estou e sinto me incapaz de trair. Talvez não tenhas encontrado alguém ainda por quem digas porra eu gosto imenso desta pessoa e não me estou a ver a trair tal pessoa seja com quem for, até pode vir a pessoa mais bonita do mundo, mas acredita que essa pessoa não te dá nem metade do que a pessoa que realmente gostas. Atenção, estou a falar da minha situação actual. Até posso estar podre de bêbado que sei perfeitamente que a minha resposta seria NÂO quero nada contigo estou bem como estou. Acho que se existir tal deslize é porque realmente não existe amor. ok, talvez eu seja o menino certinho da mamã.

K1111 said...

Pá deve ser maravilhoso viver com essas certezas todas! Eu não acho que amar alguém de verdade implique ser incapaz de magoar essa pessoa, seja de que maneira for. Há sempre coisas inesperadas na vida e dizer que um sentimento constante não pode ser abalado por um mais passageiro (seja ele qual for, não só atracção) soa-me pretensioso e praticamente... inumano :p Nunca o fiz, mas não posso afirmar que nunca na vida trairia a pessoa que amasse. E pode até ser com a pessoa mais feia do mundo! XD E há tanta traição pior que isso... A vida não é nenhuma telenovela mexicana não senhor mas também não é nenhum romance do Nicholas Sparks. O amor é 50% egoísmo e 50% abnegação. E há dias em que a balança pode pender mais para um lado do que para o outro.

CHESB

PP said...

É realmente uma questão interessante esta que colocas já que as coisas acontecem mais ou menos como descreveste... Na minha opinião e da forma cm tu dissest s as pessoas ainda se estão a conhecer acho q a pessoa Z devia tentar não alimentar a ideia de uma possível relação com pessoa A mas cm isso n é assim tão simples acho que realmente pode dar-s mais a conhecer e tentar criar alguma relação com a pessoa A mas só isso..
A pessoa A se gostar da pessoa Z depois decidirá o que fazer, se ficar com B ou tentar com Z.. Mas isto já parte de cada um mas basicamente se existe realment uma atracção, sentimento, o q seja, por A, entao Z deverá desenvolver a relação com A mas mais no sentido de amizade, do conhecimento mutuo, nada d começar a combinar programas a dois e coisas q B certament n iria gostar e que deixariam A pensativo relativament as intençoes de Z...

Relações de uma noite com pessoas comprometidas acho desnecessário mas podem sempre alegar que o culpado de alguma coisa é a pessoa A q é a q é comprometida e tu n tens culpa das atitudes que ela tome...

A pessoa Z deve sempre ver o interesse pela pessoa A já que se este n for realment grande é escusado "tentar a sorte" com alguém comprometido, a probabilidade d arranjar problemas é maior e de sair sucedido tb..

Anonymous said...

SUBSCREVO COMPLETAMENTE
"@s muit@s que aí andam a arrastar a asa a comprometid@s sabem perfeitamente até que ponto podem ou não controlar os seus sentimentos, as sua acções. Não o fazem porque não querem, gostam da adrenalina do jogo. E é tudo.(MJNuts)"

Jonas Matos said...

Há deslizes que ocorrem que a “culpa” (não sei se é bem este o substantivo) não é culpa de quem está a cometer a infidelidade. O ser humano é feito de necessidades, o sexo, é uma delas…. Se a pessoa não tiver sexo em caso, isto é, com o parceiro, é pá, é legitimo que procure na “rua”.

Morcegos no Sótão said...

Desculpa, não pretendo ofender, mas foi o comentário mais estúpido que li nesta lista e vai para aqui uma parafernália de disparates.

Se a pessoa não tem sexo em casa, aborda @ parceir@ sobre essa situação, se @ parceir@ não resolver, põe-se um ponto final na relação e parte-se para outra. Não se vai à rua cometer deslizes com desculpa pré-programada. Cobardia ridícula.

Acho fascinante como a "culpa" (ah e tal, substantivo que pode não estar certo -.- ) tem de sempre ir ser rebuscada a outrém para a nossa consciência ficar mais feliz.

Não tem sexo que chegue em casa? Masturbação e vibradores. Quer parceir@? Largue o que tem que há muito peixe no mar.

Pessoas estúpidas. As relações seriam muito mais fáceis se os humanos soubessem usar a característica que os torna únicos: LINGUAGEM. Comunicação!

Impressionante como toda a gente tem opinião para debitar sobre o que sabe e o que não sabe.

MJNuts

Anonymous said...

"As relações seriam muito mais fáceis se os humanos soubessem usar a característica que os torna únicos: LINGUAGEM. Comunicação!"

*clap clap clap clap...*