Seja como for, Dezembro até costuma dar frutos simpáticos no que diz respeito a qualidade cinematográfica. E por isso mesmo vos venho falar deste Enchanted de Kevin Lima.
Saído dos estúdios Disney, eu não esperava grande coisa, porque desde o Tarzan do longínquo 2000 que não espero grande coisa (e sim, Finding Nemo é giríssimo e o Monsters,Inc. é uma delícia, mas... e o sentimento Disney, onde está?). Só que Enchanted é, efectivamente, alguma coisa. Alguma coisa de qualidade.
O filme começa em formato de animação... Animação sabem como? Tradicional! Opah, que quase chorava só de ver aqueles bonequinhos bidimensionais e tão bonitos!
Mas a animação tradicional deve dar muito trabalho, que rapidamente os bonecos se atiram para um poço e vão dar à realista New York dos tempos modernos. Sem problema. Nunca eu tão pouco me importei de ver uma princesa em imagem real. Long live Amy Adams!
Resumindo, Enchanted conta a história de uma princesa como tantas outras. Rodeada de animaizinhos, a viver meio exilada algures numa humilde casa, com uma linda voz que usa para os mais convenientes meios... Princesa essa que sonha com o seu príncipe encantado e o seu casamento de sonho...
O princípe duvidosamente encantado lá aparece e o casamento fica logo marcado para o dia seguinte. Mas a madrasta é, como sempre, evil (depois admiram-se dos complexos pseudo-parentais das crianças...) e livra-se da futura nora assim que pode. Atirando-a para o tal poço nova iorquino, portanto.
E é desta forma que tão brilhantemente vamos parar às ruas badalhocas, yet glamourosas, da Grande Maçã (mas como raio é que lhe foram dar este... erm... cognome?). Aqui somos introduzidos ao sempre McDreamy personagem de Patrick Dempsey, um pai solteiro. Ele é o único que trata a recém-real princesa Giselle com simpatia e acaba por hospedá-la em sua casa, enquanto ela aguarda a chegada do seu príncipe para a resgatar dos incidentes deste nosso mundo.
O príncipe vem acompanhado de um esquilo que, em imagem real, perde a capacidade de verbalização, o que dá origem a situações hilariantes. O príncipe em si não é exactamente o que me vem à mente quando penso em príncipes e encantos... Mas James Marsden é sempre algo bonito de se ver e está muito bem no papel.
Isto é o resumo. Assim em detalhe, digamos que Enchanted é o filme que faz sentir aquele quente confortável dos grandes clássicos Disney. Traz aquele sorriso e aquele sabor a infância e magia de A Bela e o Monstro ou de A Pequena Sereia. Amy Adams é assim a coisa mais fofa de sempre e imita perfeitamente os jeitos e traquejos das princesas encantadas dos contos de fadas. Conforme os minutos vão passando, vários clássicos Disney vão sendo homenageados, às vezes com um toque de humor, em pormenores subtis ou em referências mais óbvias. Melhor ainda, Enchanted marca o regresso das canções Disney! Leram bem: as canções! Aquelas que decorámos na infância e ainda hoje trauteamos! E olhem que são bem giras! Segue a amostra!
Façam o que fizerem, tentem não perder o filme. É uma lufada de ar fresco para quem já suspirava por aquela essência de fantasia que nos ensinou a crescer...
MJNuts