Acho que a maior parte das pessoas não tem noção ou consciência do peso que recai sobre os jovens pós-maioridade. Os acabadinhos de fazer 18 anos, que entram para a faculdade.
De um universo de oportunidades e possibilidades, são fechadas quase todas as portas, cobertas quase todas as janelas. Escolhe-se uma. Que pode ser a certa, mas muitas vezes é a fácil ou a errada ou a que teve de ser.
Não há uma consciência cívica, sólida, do pavor que um jovem tem no seu ano de finalista, prestes a entrar no mundo do trabalho. Principalmente no ano de finalista de uma vida que não se quer... Não há um conhecimento do receio, do trabalho de redefinição que se tem de pôr em prática na mudança de tudo o que até ali era certo.
A vida foi delineada por uma sociedade estratificada e viciada. É-se vagamente livre durante uns 15 anos e o restante começa a ser traçado por um caminho cada vez mais estreito. Curso, relação estável, emprego, casa, filhos... reforma?
Isto faz sentido? Talvez faça. Talvez seja o caminho melhor de se percorrer. E os ideais? E os sonhos da infância? E os princípios que adoptámos para a nossa conduta?
A flexibilidade da nossa personalidade deve-se a nós mesmos, às mudanças do nosso corpo, ao envelhecimento? Ou à pressão exercida pela sociedade?
Se fui uma criança que sempre defendeu os mais fracos, vou acabar uma adulta a lutar ao lado dos poderosos? O que muda tanto com o crescimento que nos tira as ilusões e as esperanças?
E se toda a vida sonhámos apenas em seguir esse padrão pré-definido? Existem pessoas assim? É provável... Mas tenho a sensação que existem muitas mais a contentarem-se com isso do que a sonharem-no...
E é claro que há as voltas que a vida dá. E as pessoas que no-las trocam.
MJNuts
Listening to: Kate Havnevik
E a Escrita?
1 year ago
8 comments:
O que dizes aqui, já foi dito por pessoas muito melhores e muito mais capazes que tu. Nada de novo. Siga.
Obrigada pela simpatia anónima. =)
MJNuts
Não gosto muito de comentários anónimos. Se não tens coragem para "dares a cara" não devias criticar o que quer que fosse. Tsc tsc.
Tens razão em tudo o que disseste. Encaixo-me.
"It is easier to fight for one's principles than to live up to them." Alfred Adler. E comento dois post's num =)
Eu encaixo-me um bocado... não quero um trabalho 9 to five, e como sou um rapaz inteligente, não é muito complicado esquivar-me e ganhar a vida por outro lado :D
A aproximação ao que fomos(?) quando ainda nem sabiamos que a palavra sociedade existia é uma das lutas diárias que temos de enfrentar durante a vida! Nesse campo de batalha temos de uma lado a inocencia ponderada (a genuina infelizmente vai se desvanecendo) e do outro a sociedade viciada. Quem ganha? não sei nem talvez interesse... Acima de tudo temos de ser aquilo que queremos ser e aprender a cair nas rasteiras que essa sociedade nos vai pregando.
Ainda na onda de citações e numa boa definição de vida é preciso lembrar que
" Your life is what you make of it, not what it makes of you."
Às vezes parece que não somos livres de todo, outros dias parece que não devemos nada a ninguém e que podemos dar em circenses e esquecer convenções e os caminhos muito estreitinhos que nos traçaram. Eu pessoalmente não gosto muito que as coisas saiam fora do meu controlo mas também odeio a ideia de termos um plano de vida que tamos programados e obrigados a seguir. A vida não tem de correr como vai nos sacramentos... do baptismo à extrema unção e THE END.
A vida é para viver não para... preencher segundo instruções para entregar na Segurança Social! XD
CHESB
Com ou sem capoacidade de encaixe... és sempre tu que escolhes. O resto vem por acréscimo.
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